A Justiça mandou soltar, sem pagamento de fiança, nesta terça-feira (25), o homem que havia sido preso suspeito de homofobia contra o funcionário de uma agência bancária no Centro de Vila Velha. O caso ocorreu na tarde de segunda-feira (24). Julio Cesar Bastos de Souza, de 61 anos, foi liberado após audiência de custódia.
Segundo a decisão da juíza Raquel Almeida Valinho, que consta no site do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), a liberdade dele "não oferece risco à ordem econômica, à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal, considerando que possui residência fixa e ocupação lícita, bem como é primário".
A magistrada também determinou algumas condições que tratam do deslocamento e da presença de Julio Cesar Bastos de Souza em determinados locais, sendo eles:
Um cliente acabou preso, suspeito de cometer crime de homofobia contra o funcionário de uma agência bancária localizada no Centro de Vila Velha. O crime aconteceu no início da tarde desta segunda-feira (24), quando o idoso de 61 anos buscava atendimento e teria ofendido um jovem de 19 anos, atendente da agência.
Consta na ocorrência registrada pela Polícia Militar que uma equipe foi acionada por volta de 13h30 para ir até a Caixa Econômica Federal, na Avenida Champagnat. No local, três testemunhas disseram que Julio Cesar Bastos de Souza havia se recusado a ser atendido por um funcionário homossexual.
Inicialmente, ele teria buscado informações sobre o programa Bolsa Família junto ao jovem. No entanto, em seguida, de acordo com relato de testemunhas aos militares, o homem procurou outro atendente, dizendo que "não gosta de viado" nem de "viadagem". O idoso também o teria chamado de "viadinho".
Nesta terça-feira (25), a vítima deu entrevista à repórter Daniela Carla, da TV Gazeta. Sem se identificar, o jovem disse que nunca pensou passar por isso no trabalho. "É um local onde prezo muito pela minha comunicação e não deixo minha sexualidade interferir. Ter que lidar com isso é horrível", desabafou.
O atendente contou que, logo após ser ofendido, acionou a Polícia Militar. Questionado pelos policiais, o cliente reclamou que nenhum dos funcionários quis atendê-lo, apesar de ele ter preferência devido à idade. O idoso admitiu ter usado a palavra "viadagem", mas alegou não saber que o atendente era homossexual.
Em entrevista à reportagem da TV Gazeta, Julio Cesar voltou a se defender. "Eu reclamei e disse que estavam de 'viadagem' comigo, mas essa expressão, no contexto em que usei, não tem nada a ver com homofobia, não é um adjetivo pejorativo. É como se fosse 'molecagem' ou 'babaquice'. Não sou homofóbico".
Em nota, a Caixa Econômica Federal afirmou que "repudia todas as atitudes de preconceito" e ressaltou que tem como valores essenciais "o respeito nas relações entre empregados e público, e o atendimento com zelo e prontidão". O banco ainda informou que "o funcionário envolvido pertence ao quadro de colaboradores terceirizados e está recebendo todo o apoio necessário".
Após a publicação desta matéria, a Caixa Econômica Federal enviou uma nota, dizendo que repudia qualquer preconceito e que está prestando apoio à vítima. O texto foi atualizado.
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