O médico veterinário André Carolino de Souza teve a prisão em flagrante convertida para preventiva após audiência de custódia realizada na manhã desta sexta-feira (10). Preso por maus-tratos a animais nesta quinta-feira (9), André é dono de uma clínica em Vila Velha onde foram encontrados cães e gatos em más condições — alguns, inclusive, mortos.
Na decisão, a juíza Raquel de Almeida Valinho considerou a prisão de André, ocorrida em uma operação conjunta da Delegacia Especializada de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e Ministério Público Estadual (MPES), perfeita e sem vícios.
O auto de prisão em flagrante detalha que na clínica de André foi constatada a presença vários animais acondicionados em locais totalmente insalubres, bem como vários objetos de cirurgia expostos de qualquer maneira. Além de um freezer com vários animais mortos e ainda um animal morto em um dos cômodos da clínica, fora do freezer, não apresentando o local mínimas condições de higiene para os animais e pessoas que ali estavam.
Diante disso, a magistrada entendeu que “a liberdade do autuado, neste momento, se mostra temerária e a prisão preventiva oportuna, sobretudo para evitar a reiteração delitiva e garantir a Ordem Pública, diante da natureza do delito imputado, bem como das suas circunstâncias, ressaltando-se que os crimes eram supostamente praticados no interior de uma clínica veterinária, local onde se esperava que os animais fossem tratados e cuidados, salientando, ainda, as consequências causadas, entendendo, assim, que outras medidas cautelares se mostram inadequadas”.
Em relação à exposição do médico na mídia, alegada pela defesa dele, destacou que “os fatos narrados se revestem de extrema gravidade, não havendo que se falar em mera influência midiática, existindo fatos concretos a ensejar a conversão da prisão, como fundamentado.”
Procurada pela reportagem de A Gazeta, a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou que André Carolino de Souza continua no Centro de Triagem de Viana (CTV).
Segundo o titular da Delegacia Especializada de Proteção ao Meio Ambiente, Eduardo Passamani, foram encontradas condições insalubres de centro cirúrgico e acomodação, além de medicamentos vencidos, animais mortos, entre outras irregularidades. O delegado disse ainda que o estabelecimento não tinha alvará da Prefeitura de Vila Velha para funcionar.
“Encontramos uma situação grave no local. Era uma situação de horror. Levamos apoio e contamos com o conselho de medicina veterinária para observar as condições do estabelecimento. O local não tinha capacidade para funcionar”, afirmou o delegado.
Segundo informado em coletiva de imprensa, a clínica veterinária apresentava uma recepção adequada, o que poderia ser um indicativo de bom serviço. Porém, no interior da clínica — em local onde as cirurgias eram feitas e onde os animais ficavam — foram encontradas seringas usadas, medicamentos misturados e muita sujeira. Clientes e tutores não tinham acesso a esta área.
O delegado Eduardo Passamani detalhou que a fiscalização da prefeitura sofria intimidações e era quase impedida pelo proprietário de entrar no local para averiguar a situação. Mesmo com a força policial no local nesta quinta-feira (9), o homem ofereceu resistência.
A reportagem tenta contato com a defesa de André Carolino de Souza. A matéria será atualizada assim que houver um retorno.
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