Três pessoas detidas na sexta-feira (6) por suposto envolvimento em uma organização criminosa especializada nos chamados sequestros do Pix, em Jardim da Penha, Vitória, vão permanecer na prisão, conforme decisão judicial expedida no sábado (7). Eles foram detidos em flagrante, após fazerem mais uma vítima no bairro.
Na audiência de custódia realizada no sábado (7), o juiz Carlos Ernesto Machado converteu a prisão em flagrante em preventiva dos presos, acompanhando o pedido do Ministério Público do Espírito Santo (MPES).
Dos presos, apenas Cauã não tinha registros criminais, enquanto Maicon contava com uma ocorrência de roubo e receptação e havia fugido da Casa de Custódia de Vila Velha em novembro de 2022. Já contra João Vitor havia registro de roubo e receptação. Ele era considerado foragido da Penitenciária Agrícola de Viana desde junho do ano passado.
Na decisão, o magistrado afirmou que a liberdade dos três presos, neste momento, mostra-se “absolutamente temerária”, ou seja, poderia oferecer riscos, e a prisão preventiva é “oportuna e extremamente necessária”.
“Soma-se a isso que o conduzido Cauã acabou de completar a maioridade penal e já se encontra envolvido em delito de extrema gravidade e repulsa, bem como que Maicon e João Vitor são evadidos do sistema prisional, onde se encontravam cumprindo pena, justamente, pela prática de outros roubos, ficando evidente, por tudo isso, que medidas cautelares diversas da prisão são desproporcionais e insuficientes no presente caso”, afirmou o juiz Carlos Ernesto Machado.
Os três homens e um adolescente apontados como integrantes de uma organização criminosa especializada em fazer sequestros relâmpago com a exigência de pagamento via Pix para liberação dos reféns no bairro Jardim da Penha, em Vitória, foram presos em flagrante na tarde de sexta-feira (6) na Avenida Dante Michelini, no mesmo bairro onde os crimes eram realizados.
Uma arma falsa foi apreendida. De acordo com a Guarda Municipal de Vitória, no momento da prisão, os criminosos estavam com mais uma vítima, uma médica de 50 anos, que tinha sacado R$ 2 mil reais em uma agência bancária próximo ao local do sequestro, quando foi abordada pelos suspeitos.
Segundo a polícia, João Vitor tem um mandado de prisão em aberto pelo sequestro que aconteceu na quarta-feira (4), quando uma mulher de 41 anos foi rendida dentro do carro que estava na saída do trabalho. Em 2018, ele foi preso pela Guarda Municipal por um roubo cometido em Jardim da Penha. De acordo com a Secretaria Estadual de Justiça (Sejus), João Vitor fugiu da Penitenciária Agrícola do estado em junho de 2022, onde estava preso desde abril de 2018 pelo crime de roubo.
Há ainda Cauã Silva Alvarenga, de 18 anos, que foi preso pela Guarda Municipal, e Maicon Damaceno Lopes, de 28 anos, o terceiro suspeito preso. Inicialmente ele deu nome falso à polícia e disse se chamar Rodrigo. Também foi apreendido um adolescente de 17 anos.
Segundo o Inspetor Rocha, a Guarda Municipal localizou o grupo após receber a informação de que um veículo vermelho havia sido roubado e a vítima estava refém dos criminosos. "Com o nosso videomonitoramento e Cerco de Inteligência, começamos a buscar veículos com as mesmas características e conseguimos identificar duas placas distintas. Começamos a fazer buscas na região de Camburi e Jardim da Penha e localizaram o veículo na orla de Camburi", disse.
Segundo o inspetor, no momento em que viram os agentes da Guarda Municipal de Vitória, os criminosos abriram a porta do veículo e tentaram fugir. "Com a ajuda da equipe que estava com quadriciclos e do Grupo Tático Operacional (GTO), conseguimos deter três indivíduos e salvar as vítimas sem nenhum ferimento ou lesão", disse o agente.
Apesar da fuga, segundo a guarda, três criminosos foram alcançados e detidos. João Vitor, foi o último a ser preso pela Polícia Militar. O criminoso estava escondido em uma fossa da garagem de um prédio da região. Ainda conforme a guarda do município, os homens foram conduzidos à Delegacia Regional de Vitória.
Após a prisão, o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), pediu que as vítimas dos sequestros-relâmpagos procurem à delegacia para fazer o reconhecimento dos homens presos. "Você que, eventualmente, tenha sido vítima desse crime, procure a Delegacia Regional de Vitória, localizada na [Avenida] Marechal Campos, para reconhecer esses criminosos. Isso é importante porque são diversos inquéritos policiais instaurados, diversas autuações que esses indivíduos receberão, e, claro, eles têm que pagar pelo que fizeram", disse o prefeito.
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