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Líder de facção no Bairro da Penha é condenado a 38 anos de prisão

Líder de facção no Bairro da Penha é condenado a 38 anos de prisão

Giovani Otacílio de Souza, o Paraíba, que chegou a ser preso com uma arma de ouro, foi condenado por homicídio, junto com outras quatro lideranças do PCV que atuam no Bairro da penha

Publicado em 12 de setembro de 2019 às 12:36

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Uma das lideranças da organização criminosa que atua no Bairro da Penha, Giovani Otacílio de Souza, o Paraíba, que foi preso com uma arma de ouro, foi condenado a 38 anos de prisão. Ele foi julgado na última terça-feira (10) como mandante de um homicídio ocorrido em maio de 2014.

Giovani Otacílio de Souza (esquerda) e Lázaro Mendes, traficantes e membros do PCV, foram presos em 2017. (Divulgação)

Em sua decisão, o juiz da Primeira Vara Criminal de Vitória, Marcos Pereira Sanches, declarou que Giovani exerceu "coordenação e organização de toda a empreitada delituosa, cuja autorização para o seu cometimento, necessariamente, tinha que ser por ele dada, o que demonstra extrema ousadia, destemor e evidencia a intensidade do dolo e a indiferença com a vida alheia com que agiu". Ele foi condenado por homicídio consumado,  corrupção de menores e participação em organização criminosa.

Ao condená-lo, o juiz destacou ainda que Giovani "possui personalidade voltada para o crime, a qual deve ser utilizada como critério de prevenção". Relatou que em outras decisões judiciais ele é ainda apontado como "pessoa temida e que comanda o grupo de tráfico de drogas denominado "Trem Bala", o qual constitui "braço" armado do Primeiro Comando da Capital - PCV".

Giovani foi preso em 2017 com drogas, munições e armas, dentre elas uma pistola banhada a ouro. Além dele, sentaram no banco dos réus outros três membros do tráfico na região do Bairro da Penha e também acusados pelo mesmo crime. Um deles é Felipe dos Santos Pimenta, o Babidi. Ele foi condenado a 23 anos de prisão pelo crime de homicídio consumado e participação em organização criminosa. Em sua decisão, o juiz Marcos Pereira Sanches declarou que o réu concorreu "para que fossem efetuados vários disparos de arma de fogo em pleno estabelecimento empresarial ("bar"), em verdadeira execução mesmo na presença de outras pessoas".

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Os réus André do Carmo Boa, conhecido como Véi, e Endrick Braga Neto, o Vovozona ou Gordão, foram condenados a cumprir, cada um deles, 25 anos e seis meses, pelos crimes de homicídio consumado, corrupção de menores e participação em organização criminosa.

Em relação aos dois o juiz declarou em sua sentença que houve "grande desapego à vida humana e, claramente, que tinha total consciência da reprovabilidade do seu comportamento, e tanto se torna mais grave quando há relato nos autos de que teria se deslocado até o local para praticar o popularmente denominado "ataque" contra grupo rival e, pior, quando não deteve seu comportamento mesmo em se tratando de local público e presentes outras pessoas, o que evidencia a intensidade do dolo e a indiferença com a vida alheia com que agiu".

O julgamento realizado no Fórum Criminal de Vitória foi iniciado às 9 horas da terça-feira (10) e concluído às 2h30 minutos desta quarta-feira (11). Para garantir a segurança, inclusive das testemunhas, alas do fórum ficaram fechadas durante a audiência. Todos os réus estão presos.

MORTE NO BAR

Arma banhada a ouro é apreendida no Bairro da Penha, em Vitória, com o traficante e uma das lideranças do PCV e Trem Bala, Giovani Otacílio de Souza, o Paraíba . (Kaique Dias)

O crime de 2014 aconteceu no dia 11 de maio, no interior de um bar localizado no Bairro Bonfim, em Vitória. Bruno Carlos Monteiro Barbosa foi morto com vários tiros. Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), os disparos foram feitos por Endrick e um menor de idade. Os dois seriam integrantes de outra organização criminosa, o Trem Bala, o braço armado do PCV.

A mesma denúncia relata que no dia do crime, Bruno passou de moto pela rua da casa de André - apontado como gerente do tráfico do Trem Bala -, que ficou preocupado com a situação. Desconfiado, André foi até a boca de fumo e informou que Bruno poderia estar passando informações para o irmão, Andrezinho, que era dono de duas bocas de fumo, uma em Serra dourada e outra em Aracruz. "O réu André cobrou providências em relação a Bruno e disse que o mesmo não passaria daquele dia", diz o texto da denúncia.

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Coube a Felipe, membro da mesma organização criminosa, localizar a vítima Bruno. Com as informações, eles consultaram Giovani, que à época chefiava o tráfico na região, sobre a possibilidade de matarem Bruno. "O que foi autorizado por Giovani, que tinha interesse em tomar a boca de fumo de Andrezinho (irmão da vítima) em Serra dourada", relata o texto da denúncia. O crime acabou sendo executado pelo menor de idade e por Endrick.

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Por estes motivos, eles foram acusados de homicídio por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima. Foram ainda incluídos na lei das organizações criminosas e no Estatuto da Criança e do Adolescente, por terem envolvido nos crimes um adolescente, o que pode resultar em aumento de suas penas.

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