A Polícia Civil em Linhares, no Norte do Espírito Santo, informou nesta quinta-feira (3) que iniciou investigações para apurar a criação e divulgação de listas de boicotes a comerciantes, médicos e prestadores de serviços que supostamente seriam de esquerda. De acordo com a corporação, um comerciante que teve o nome inserido entre os “esquerdistas” relatou que foi ameaçado por um cliente.
Em uma lista com o título “comerciantes de esquerda”, existem nomes de empresas e profissionais compartilhados e, como referência, bandeiras de China e Cuba, atribuídas ao socialismo e comunismo. Abaixo, quem compartilhou o post solicita aos comércios e empresa de direita para colocar uma bandeira do Brasil para serem identificados.
O caso aconteceu após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) para o presidente eleito Lula (PT). Outras cidades registraram atividades parecidas, de boicote ideológico, como Vitória, Barra de São Francisco e Venda Nova do Imigrante, por exemplo.
O delegado Fabrício Lucindo, titular da Delegacia Regional de Linhares, explicou que podem ser configurados como crime contra a honra ou ameaça, dependendo do caso. E existiria ainda a possibilidade de crime contra as relações de consumo.
“As publicações, que inclusive têm áudios, estão circulando pela cidade de Linhares e causando grande constrangimento para os que estão na lista. A depender do caso concreto, a situação pode ser configurada como crime contra a honra ou ameaça. Chegou ao conhecimento da Polícia Civil que um comerciante que teve seu nome inserido na tal lista, foi ameaçado por um cliente. Existe a possibilidade ainda de se enquadrar em crime contra as relações de consumo. A lista configura crime, com pena de detenção”, comentou Lucindo.
No caso, o crime contra as relações de consumo poderia causar detenção entre 2 a 5 anos de prisão ou multa. Em ameaças, a pena vai de 1 a 6 meses de detenção ou multa. Já o crime contra a honra, a detenção de seis meses a dois anos e multa.
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