Um faturamento superior a meio milhão de reais, um carro de luxo da BMW na garagem, arma registrada e um histórico de compra e fornecimento de cigarros eletrônicos no Espírito Santo: assim era a vida de Raphael dos Santos Bravin, apontado pela Polícia Civil do Espírito Santo como maior vendedor de cigarros eletrônicos do Estado e preso no dia 21 de junho.
Ainda de acordo com o delegado Guilherme Eugênio, o faturamento "surpreendente" de Raphael dos Santos Bravin foi de R$ 506 mil nos últimos 78 dias - intervalo entre a criação de um novo domínio para o site e a data da prisão. Segundo Eugênio, a criação de um novo domínio poderia atrapalhar a investigação da polícia. O delegado afirmou que Raphael dos Santos atua no mercado há pelo menos um ano e meio com outros domínios.
A vida de Raphael, segundo a polícia, é "confortável" graças ao lucro obtido no comércio irregular. A venda de cigarro eletrônico é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Raphael foi preso durante a 2ª fase da Operação Vapor, que apreendeu mais de 1.700 cigarros, itens e acessórios em três cidades da Grande Vitória. Um dos locais alvos da operação é uma sala comercial na Mata da Praia, em Vitória. O espaço era utilizado pelo homem para preparo de mercadorias.
Mas quem é o homem apontado como maior fornecedor de cigarro eletrônico do Estado? De acordo com a polícia, Raphael Bravin foi o único preso na operação. Ele foi detido na própria residência, no bairro Jardim da Penha, na Capital.
De acordo com o titular do 6º Distrito Policial, delegado Guilherme Eugênio, o indivíduo preso comprou um veículo da marca BMW recentemente, além de uma arma Glock.
Um balanço da Polícia Civil mostra a quantidade de itens apreendidos durante a operação no dia 21 de junho. Há também o detalhamento de que alguns indivíduos foram convocados a prestar depoimento.
O documento ainda detalha que Raphael dos Santos Bravin foi preso em flagrante pelos seguintes crimes:
Após a prisão em flagrante, segundo o delegado Guilherme Eugênio, a Polícia Civil sugeriu que a fiança estipulada pela Justiça fosse do valor exato do faturamento nos últimos 78 dias: R$ 506 mil. Guilherme Eugênio afirmou, porém, que a fiança foi de R$ 20 mil - o valor teria sido pago por Raphael dos Santos Bravin, que foi liberado com a condição de utilizar monitoramento eletrônico.
A reportagem de A Gazeta procurou a Secretaria de Estado da Justiça para checar a informação que Raphael teria sido liberado. Em nota, a Sejus informou que o homem deu entrada no sistema prisional e foi solto por meio de alvará no dia 23 de junho.
A reportagem de A Gazeta fez contato com a defesa de Raphael dos Santos Bravin. Em conversa por telefone, o advogado Leandro Oliveira afirmou que o cliente não tinha qualquer passagem criminal até o momento da prisão e tem registro da arma, como é exigido pela legislação.
Em um primeiro momento, a defesa pediu a liberdade provisória - que foi concedida. Agora, segundo Leandro Oliveira, aguarda a remessa dos autos. De acordo com a defesa, Raphael dos Santos Bravin não tinha ciência de que a venda do cigarro eletrônico, da forma como ocorria, configurava crime.
A Polícia Civil do Espírito Santo investiga se há fentanil na composição de essências e cigarros eletrônicos apreendidos durante a 2ª fase da Operação Vapor, deflagrada em cidades da Grande Vitória, que resultou na apreensão de mais de 1.700 itens relacionados ao cigarro.
Durante a ação, um homem apontado como o maior fornecedor desses produtos do Estado foi preso. Segundo a corporação, ele tinha uma vida de alto padrão, fruto do crime referente à venda do produto, proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O fentanil é um poderoso analgésico que pertence à mesma classe de medicamentos que a morfina, mas é bem mais potente. No Brasil, a primeira apreensão de fentanil ilícito ocorreu em fevereiro, em Cariacica, e acendeu o alerta para importância para adoção de estratégias de controle e prevenção da circulação e do uso da droga no país.
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