Três funcionários de um condomínio em Jardim Camburi, Vitória, foram agredidos por um morador — que também é lutador de jiu-jítsu — na manhã desta sexta-feira (21). O motivo, segundo testemunhas, foi porque a porteira não quis receber uma encomenda do agressor e da esposa, pois o pacote não seguia as normas de identificação exigidas. Como não há a confirmação da polícia se o agressor foi autuado, o suspeito não será identificado.
Quando a encomenda chegou, segundo as vítimas, a porteira interfonou para o morador, pedindo para ele descer. O lutador e a esposa teriam chegado à portaria aos gritos. A apuração é do repórter João Brito, da TV Gazeta.
Tudo foi gravado por câmeras de segurança. As imagens mostram o momento em que o casal chega; o lutador abre com força a janela que separa a cabine e o saguão, e parte para cima das vítimas na portaria.
Em seguida, o agressor aplicou um mata-leão no técnico em manutenção do prédio e arrancou um celular da mão da porteira. Outra câmera flagrou o momento em que a subsíndica chega para acompanhar a situação e quase leva um soco do lutador.
As duas mulheres ficaram com ferimentos nas mãos. Já o técnico ficou com o joelho machucado. Ele conversou, sem se identificar, com o repórter da TV Gazeta.
"Ele chegou lá na portaria meio agressivo, meio bravo. Ele e a mulher já (foram) agredindo verbalmente, foi quando começou o ato. Ele deu os golpes de jiu-jítsu em mim, me derrubou no chão, pegou no meu pescoço, me deu vários tapas e depois eu levantei. A todo momento ele falava que nós tínhamos que pegar a mercadoria porque era obrigação nossa, mas o produto dele não tinha nota fiscal, não tinha como registrar", declarou.
A Polícia Militar foi acionada. De acordo com a corporação, "no local foi constatado um desentendimento entre moradores. Ainda, um homem foi acusado de ter agredido funcionários e moradores, mas ele negou os fatos. Diante do impasse entre os envolvidos, as partes foram encaminhadas à Delegacia Regional de Vitória".
O lutador chegou a ir até a delegacia, mas, segundo as vítimas, ele foi embora rapidamente. A reportagem de A Gazeta questionou a Polícia Civil se o suspeito havia prestado depoimento e sido liberado, mas a corporação respondeu apenas que "o caso segue em andamento na Central de Teleflagrante".
Nas redes sociais, o agressor se apresenta como faixa preta em jiu-jítsu, árbitro internacional de Artes Marciais e formado em Direito. A equipe da TV Gazeta esteve no condomínio durante o período da tarde para tentar falar com ele, mas não foi atendida.
Para o técnico agredido, uma situação desse tipo nunca aconteceria. "Tinham câmeras em cima, mas ele perdeu todo o controle, me agrediu. Dá para ver no vídeo que eu estou com a mão levantada para prevenir a mim mesmo, porque se eu agredisse ele ia ser pior para o meu lado, então levantei as mãos. Na hora você pensa em querer se defender mas não pode, porque como ele é morador e eu sou funcionário, fiquei com medo de agredi-lo."
Após a publicação da reportagem, a defesa do lutador entrou em contato com A Gazeta.
Em nota, o advogado Rodrigo Bandeira de Mello disse que "a defesa esclarece que a ação se deu unicamente em defesa própria e de sua esposa. Esclarece também, que em nenhum momento houve agressão, ou intenção de agredir a subsíndica, ou qualquer outra mulher envolvida nos fatos. Para além disso, compareceu espontaneamente à delegacia após os fatos para esclarecimentos, oportunidade em que foi liberado. Finalmente, o contexto e a verdade dos fatos serão esclarecidos no momento oportuno".
A matéria foi atualizada a nota da defesa do morador.
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