A mãe do garoto Artur Moura Silva, de 5 anos, morto após ser agredido pelo próprio pai em Dores do Rio Preto, na Região do Caparaó, foi presa pela Polícia Civil na tarde desta quinta-feira (16). O menino chegou a ser levado para o Pronto Socorro de Guaçuí, onde morreu, na quarta (15), mas não resistiu aos ferimentos.
> Alegando 'ouvir vozes', pai mata filho no ES
Segundo a Polícia Civil, Luane Monique de Moura Silva, de 28 anos, também foi autuada por homicídio duplamente qualificado - por motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima assim como o pai da criança, Adeildo Souza da Silva, 26. Os dois foram encaminhados no final da tarde ao Centro de Detenção Provisória de Cachoeiro de Itapemirim.
Ela afirma que não bateu, mas presenciou o crime e não tomou nenhuma providência, afirmou o delegado de plantão de Alegre, Carlos Vitor de Almeida Silva. Em depoimento à polícia, o acusado disse que matou o filho após "ouvir vozes". Artur foi agredido pelo pai pelo menos duas vezes desde o último domingo (12).
Até o início da noite, o delegado não havia recebido o laudo cadavérico com a causa da morte do garoto. O caso agora segue sob investigação da Delegacia de Dores do Rio Preto.
O corpo da criança foi liberado nesta tarde do Serviço Médico Legal de Cachoeiro de Itapemirim e será velado em Divino de São Lourenço, onde vivem os avós maternos de Artur. O enterro será no cemitério municipal, às 9 horas de sexta-feira (17).
VIZINHOS PRESENCIARAM AGRESSÕES
A mãe do menino, Luane Monique de Moura Silva, inicialmente contou à Polícia Militar que Artur estava se queixando de dores pelo corpo há dois dias e que não sabia explicar a origem das marcas. Depois, confessou que o companheiro dela, Adeildo Souza da Silva, agrediu o filho do casal pela primeira vez no domingo e depois nesta quarta-feira. Ela alegou para o delegado que não contou nada pois foi ameaçada.
Apesar da declaração, os vizinhos afirmam que já presenciaram cenas de agressão entre a mãe e a criança. Ela sempre bateu no menino e na menina. Onde ia, do nada, batia nos filhos. Uma vizinha pediu para meu marido levar a criança no médico, dois dias atrás, pois estava passando mal. Logo veio a mulher de moto, com a criança enrolada na coberta, todo mole. A mãe disse que não ia levar ele para hospital, disse Branca Moura.
Uma menina de sete anos, enteada de Adeildo, também morava com o casal e o irmão. A garota foi entregue pelo Conselho Tutelar de Dores do Rio Preto aos cuidados do pai biológico. Segundo o conselho, ainda não há indícios de que ela também tenha sido agredida, mas está sendo acompanhada por especialistas.
Outra vizinha da família, dona Eunice Romão de Moura também contou que via agressões da mãe de Artur. Ele (pai) era muito bom para o menino e a menina. Já ela, vi muitas vezes bater neles. Eu vi isso acontecer. Era pancada mesmo, afirma a dona de casa.
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