A família do adolescente Carlos Eduardo Rebouças Barros, de 17 anos, morto à queima-roupa por um policial militar em Pedro Canário, no Norte do Espírito Santo, afirmou, na manhã de quarta-feira (1º), que os mesmos militares envolvidos na ocorrência perseguiam o jovem e já teriam o ameaçado de morte. A mãe de Carlos, Cleia Louza Rebouças, relatou para a repórter Rosi Bredofw, da TV Gazeta Norte, que os PMs disseram para ela que iriam matar o jovem.
Cleia falou que sabia que o filho tinha envolvimento com o tráfico e também fazia uso de drogas, tendo começado por volta dos 14 anos. Segundo ela, a família ficou revoltada com a forma como a PM agiu, já que Carlos Eduardo foi rendido e algemado durante a abordagem policial.
Apesar da família alegar que o rapaz foi algemado, o comandante-geral da PMES, coronel Douglas Caus, disse nesta quinta (02), que ainda não há certeza, só pelas imagens, se, de fato, Carlos estaria com os braços imobilizados.
Carlos Eduardo tinha um irmão gêmeo, que também era ameaçado de morte pelos policiais, de acordo com a mãe, o que o motivou a deixar Pedro Canário e ir para a Grande Vitória. Cleia disse que esse seria o mesmo destino do filho morto, que tinha uma companheira grávida de gêmeos e já estava se preparando para sair da cidade.
Enquanto estava rendido, o adolescente Carlos Eduardo Reboucas Barros, de 17 anos, foi baleado por um policial militar na manhã desta quarta-feira (1), no bairro São Geraldo, em Pedro Canário, no Norte do Espírito Santo. Uma câmera de segurança flagrou toda a ação. No vídeo, o suspeito aparece já rendido e, mesmo assim, é alvo do disparo de arma de fogo à queima-roupa.
Em um primeiro momento, as imagens mostram o rapaz sentado. Depois ele se levanta, parece conversar com o policial e se aproxima de um muro. O PM segue com a arma apontada, até que realiza os disparos. A vítima cai no chão e o policial se afasta.
Depois, o corpo do adolescente é visto sendo arrastado para dentro do terreno, atrás do muro, onde havia marcas de sangue.
Cinco policiais militares suspeitos de envolvimento na morte do adolescente foram detidos em flagrante ainda nesta quarta-feira (01). Eles foram ouvidos no 13º Batalhão da PM, localizado em São Mateus, município vizinho de onde ocorreu o fato.
Durante uma coletiva de imprensa no início da noite de quarta, o comandante-geral da corporação, coronel Douglas Caus, afirmou que os militares – cujas identidades não foram divulgadas – passarão por audiência de custódia nesta quinta (02). As armas dos militares foram apreendidas.
"Eles serão trazidos para o Quartel do Comando-Geral (em Vitória) e ficarão detidos. O auto de prisão em flagrante que está sendo feito será remetido pela Corregedoria à auditoria militar e, amanhã (02), durante um audiência de custódia, o juiz auditor e o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) irão decidir pela continuidade da prisão", afirmou Caus.
A versão anterior da reportagem continha imagem da mãe do jovem executado, do momento em que ela dava entrevista à imprensa, mas foi retirada a pedido da família por questões de segurança.
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