A morte de mãe e filho, crime que chocou o Espírito Santo na última segunda-feira (15) pela brutalidade, foi motivada por uma dívida. Segundo a Polícia Civil, Priscila dos Santos Deambrosio, de 35 anos, emprestou a quantia de R$ 10 mil em dinheiro a juros (agiotagem) ao suspeito do crime, um homem de 45 anos, que não realizou o pagamento do débito. Ele, então, com a ajuda de uma mulher de 35 anos com quem ele mantinha um relacionamento, resolveu arquitetar o crime. Os dois foram presos na última sexta-feira (19) suspeitos de matar Priscila e o filho dela, Higor Gabriel Deambrosio, de 4 anos, dentro de casa, no bairro Nova Carapina I, na Serra.
A Polícia Civil não divulgou os nomes, mas a reportagem da TV Gazeta apurou que os suspeitos foram identificados como o pintor Ricardo Elias Santana e a cuidadora de idosos Iavelina Noemia de Oliveira. A corporação disse que mãe e filho foram assassinados a marretadas, e que o indivíduo confessou o crime de forma fria, mas demonstrou arrependimento por assassinar a criança. A marreta usada no crime foi apresentada em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (22).
De acordo com a Polícia Civil, considerando a confissão de Ricardo os dois entraram na casa no momento do crime e a mulher teria ficado com a criança, enquanto o homem foi na direção da Priscila e deu uma marretada nela. A vítima pedia socorro, e o suspeito repetia as agressões. A criança viu a cena e pediu ao suspeito que parasse com as marretadas. Ele, no entanto, resolveu agredir a criança também. As investigações mostraram que o menino de 4 anos foi morto justamente porque viu os autores.
Todos os golpes com a marreta foram dados pelo homem, segundo a polícia. A criança foi vítima de oito golpes. A mulher participou da organização do crime, que foi executado pelo pintor, conforme explicado pela Polícia Civil.
Um bilhete foi encontrado ao lado dos corpos. Para a polícia, o bilhete escrito pelo suspeito tinha a intenção de desviar o foco da investigação. Não foi revelado o conteúdo da mensagem, apenas que havia nomes de outros agiotas.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, a mulher de 35 anos participou do crime era amiga de Priscila, vítima do assassinato. A suspeita, inclusive, ficou com a criança durante a manhã do dia 15 de julho.
Priscila não imaginava que poderia ser vítima do crime, segundo a polícia. Os suspeitos, que estavam com uma dívida de R$ 10 mil, entraram na casa supostamente para entregar o dinheiro. A suspeita e a vítima chegaram a conversar antes das agressões.
Segundo revelado pelo secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), Eugênio Ricas, o casal apontado como responsável pela morte de mãe e filho também é suspeito de ao menos um outro crime.
O chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori, explicou que, além de Priscila e o filho, o casal fez uma vítima no dia 9 de julho. Um idoso de 66 anos emprestou R$ 4 mil ao suspeito. A dívida cresceu e, para evitar o pagamento da quantia, o suspeito decidiu matar o homem.
O idoso saiu para comprar cerveja. O suspeito aproveitou a saída e entrou na residência. Quando a vítima voltou para casa, levou um golpe conhecido como "mata-leão", foi atingido por golpes de marreta e teve o pescoço cortado. Apesar de toda a agressão, o homem sobreviveu, mas segue internado em estado considerado gravíssimo.
A casa onde Priscila e o filho foram assassinados chegou a passar por uma nova perícia um dia após o crime. O repórter João Brito, da TV Gazeta, apurou que Priscila morava em Nova Carapina I havia mais de 20 anos, e a família planejava sair do imóvel no próximo mês e se mudar para uma residência que era reformada há cerca de um ano. Plano que foi interrompido.
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