Espancada, estuprada e mantida em cárcere privado pelo próprio namorado. As horas de terror que uma adolescente de 16 anos passou foram presenciadas pela mãe da menina, uma diarista de 40 anos.
Muito abalada, ela contou que durante a tortura foi ameaçada e obrigada a filmar o estupro da própria filha, que está grávida de três meses.
O crime aconteceu durante uma sequência de violências no município da Serra, da última sexta-feira (28) até sábado (29), quando familiares das vítimas conseguiram resgatá-las. O agressor de 26 anos não foi localizado pela polícia.
A família da adolescente contou, em entrevista para a TV Gazeta, que a relação entre a menina e o namorado, de 26 anos, era conturbada, marcada por brigas e violência. Grávida de 15 semanas, a jovem chegou a ser pressionada a tirar a criança.
"Ele queria que ela abortasse, disse que iria comprar um remédio. Eu disse que não tinha mais como, que a criança já estava grande, pois ela está grávida de 15 semanas e é arriscado, minha filha poderia morrer. Ele disse que era isso que ele queria, minha filha sangrando no hospital", lembrou a mãe da menina.
A diarista relatou que as horas de agressão tiveram início após o companheiro da filha passar o dia bebendo com alguns vizinhos. No encontro, teriam inventado que o agressor estava sendo traído. Já alcoolizado, ele chegou na residência onde vivia com a namorada e a sogra. Foi quando ele teria assediado a mãe da menina e depois iniciado as agressões contra a namorada.
"Ele já chegou bêbado. Eu estava deitada no sofá e ele veio me alisar. Falei para ele parar, que eu iria embora. Aí ele disse que eu não precisava ir embora, que ia me deixar quieta. Ele entrou no quarto e começou a discutir com minha filha. Depois, foi na sala e disse: 'vem aqui pra você ver o que eu vou fazer com a sua filha'. Ele chamou ela e falou que ia esfaquear ela todinha. Eu pedi pelo amor de Deus, pra ele não fazer aquilo, pra não bater nela. Ele me mandou calar a boca porque senão ia sobrar pra mim também", lembra.
A diarista conta que presenciou a filha ser espancada com socos e chutes, que tentou interferir, mas foi xingada e ameaçada pelo agressor. De acordo com a mãe da vítima, em um dos momentos ele tentou bater com uma pedra contra a cabeça da adolescente, mas ela conseguiu impedir.
Foi uma prima da adolescente que pediu ajuda para socorrer a menina e a mãe, que estava com ela. A parente conta que chegou a chamar pela vítima no último sábado. Mas, envergonhada pelos hematomas que sofreu, a garota resistiu em abrir a porta e a residência precisou ser invadida para que ela fosse salva para a maternidade de Carapina, também na Serra.
"Meu marido recebeu uma mensagem da filha dele, acionando com urgência. Depois um amigo também mandou mensagem pedindo pra socorrermos nossa sobrinha ou ela seria morta. Minha enteada, que é prima dela, chamava e ela não queria atender, não queria mostrar o rosto. Fomos lá, minha enteada arrombou a porta pra salvá-la e a vimos cheia de hematomas. No caminho do hospital, acionamos o 190. Fizeram exames, não deu nada com ela e com o bebê, então fomos para a delegacia. Eu não dormi até agora de tanta dor no peito em vê-la tão machucada. Espero que ela consiga sair dessa relação, ou ele vai matá-la", disse a tia da vítima.
A gestante teve lesões nos dois braços e no rosto, especialmente nos olhos, que apresentavam inchaço e roxidão. Ela recebeu alta e compareceu, ainda no sábado, ao Plantão Especializado da Mulher, na Ilha de Santa Maria, em Vitória, para prestar depoimento. Já o agressor, não foi localizado pela Polícia Militar.
Ainda segundo o boletim de ocorrência da PM, ele é suspeito de outros crimes contra pessoa e lesão corporal leve.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta