Foi o jovem de 21 anos, que foi encontrado em uma praia de Guarapari com a barriga aberta, que informou a localização de onde o casal estava para a mãe de sua namorada. O fato aconteceu, segundo o advogado Lécio Machado, quando a mãe da jovem ligou para a filha, tentando localizá-la, na madrugada do dia 16. O relato foi feito à Polícia Civil, quando os pais da jovem prestaram depoimento na última segunda-feira (31).
“Ela relatou que ligou para a filha por volta das 2 horas do dia 16. A jovem estava muito desesperada, pedindo socorro. Mas a mãe conseguiu ouvir a voz do rapaz, de 21 anos, ao lado da filha, informando que eles estavam no Parque Morro da Pescaria. Ele gritou a localização umas três vezes”, relatou Machado, que representa o casal de jovens.
Na sequência, conta, ainda com a filha ao telefone, a mãe foi ao parque, que estava fechado. No local encontrou alguns jovens e pediu ajuda a eles para tentar localizar a filha. Juntos rodaram nas imediações e laterais do parque, mas sem conseguir localizá-los.
“Como a ligação caiu, a mãe, então, retornou para casa e acordou o marido. Disse que a filha estava pedindo socorro. O pai foi para o parque”, relata Machado
O pai da jovem acaba chegando ao parque por volta das 4h20, quando a jovem aparece na guarita solicitando ajuda. “Junto com um vigia do parque eles vão até a praia dar início ao socorro para o rapaz”, conta, acrescentando que um tio da jovem, que passava férias em Guarapari, também foi ao local ajudar no socorro.
Enquanto isto acontece, Lécio Machado diz que a jovem permaneceu na entrada do parque, com o celular do pai, aguardando o retorno da mãe. “A mãe chega e a leva para o carro. Passam no Batalhão da PM e depois seguem para a casa da família do rapaz para comunicar o que aconteceu”, conta o advogado.
Junto com parentes do rapaz, retornam ao parque, onde o jovem já tinha sido socorrido. “Posteriormente, a garota é levada para a UPA de Guarapari, para atendimento médico, mas diante da demora, eles seguem para o Hospital Maternidade de Anchieta, onde ela passa por uma série de exames”, conta o advogado.
De acordo com Lécio Machado, só a partir das 7h30 é que uma guarnição da PM vai ao parque fazer o registro da ocorrência.
Segundo o advogado, o jovem de 21 anos continua internado. “Não acredito que ele irá receber alta médica ainda esta semana”, observou.
Ele nega que o estudante, em algum momento, tenha afirmado que o corte em sua barriga foi feito pela namorada. “De forma alguma. Isto não foi cogitado em nenhum momento pelas famílias. Nunca ouvimos ele fazer esta afirmação. O que avaliamos que aconteceu foi que houve um ataque promovido por terceiros”, disse Machado.
Segundo Machado, além da portaria principal, o parque tem outros acessos, como a entrada pelo caminho das pedras, por mar e ainda pela Praia da Cerca. "As câmeras de monitoramento só fiscalizam a entrada do parque e a recepção. Alguém pode ter entrado por outro caminho", explicou.
A Polícia Civil já entregou para a família do jovem que foi socorrido após ser encontrado com a barriga aberta e parte do intestino exposto em uma praia de Guarapari, e a de sua namorada, um documento para que eles façam exame dos seus ferimentos no Departamento Médico Legal (DML).
O jovem, de 21 anos, e a namorada, de 20, foram socorridos na madrugada do último dia 16 na Praia do Ermitão, em Guarapari. Ambos estavam feridos, sendo a situação mais grave do rapaz, que estava com o abdômen aberto e o intestino exposto.
Ao pedir o exame, o objetivo é identificar com que tipo de instrumento o corte no abdômen do rapaz foi feito, se foi utilizado um objeto mais amolado, como uma faca ou se optaram, por exemplo, por vidro. Quer ainda saber se o corte foi mais retilíneo e como foi feito.
O relato preliminar dos atendentes do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), que prestaram socorro ao jovem no local dos fatos, é de que o corte teria sido realizado com vidro, segundo informou a polícia.
O exame poderá ajudar a esclarecer o que aconteceu com o casal de jovens na praia. Embora a família já tenha sido orientada no sentido de que o exame deve ser realizado assim que o jovem receber alta hospitalar, de acordo com a polícia, a vítima pode optar por não fazê-lo.
O advogado Lécio Machado, que representa o casal, confirmou que já recebeu o encaminhamento para que os dois façam o exame e disse que os dois vão se submeter ao teste. Só não informou a data em que isso acontecerá.
Para o DML também foi levado o material encontrado na areia da praia e que supostamente seria uma parte do intestino do rapaz, que está sendo examinado e que pode ser submetido a exame de DNA, para confirmar se, de fato, pertence ao jovem.
A investigação sobre o caso vem sendo realizada desde o dia 16 de janeiro, quando os jovens foram socorridos em Guarapari. Já prestaram depoimento para a Polícia Civil os dois vigias do parque Morro da Pescaria, que estavam no local no dia dos fatos.
Na tarde desta segunda-feira (31) também foi ouvido o depoimento da jovem, que informou não se recordar do que aconteceu naquela madrugada.
De acordo com o advogado Lécio Machado, que representa o casal, o depoimento da jovem foi prestado no final da tarde desta segunda-feira (31). “Ela relatou que os dois utilizaram, pela primeira vez, um quadradinho de papel, mas não soube informar mais detalhes, por não se lembrar do que aconteceu após fazer o uso da droga”, disse o advogado, em entrevista para A Gazeta, nesta terça-feira (1º).
Na segunda-feira, antes do depoimento da jovem à polícia, o advogado havia confirmado à reportagem apenas que os jovens fizeram uso de álcool no local. E que teriam sido atacados durante um luau na praia.
Segundo o advogado, a jovem informou para a polícia que eles chegaram ao Parque do Morro da Pescaria, na Praia do Morro, em Guarapari, entre 20h30 e 21h30 do sábado, 15 de janeiro. Acessaram a praia não pela portaria principal, mas pelas pedras à beira-mar. Informou que, assim como eles, vários pescadores passavam pelo local também em direção à praia.
Contou ainda que andaram pela trilha, por cerca de 800 metros, até chegar à praia. Informou que não estavam sozinhos, que havia pescadores nas pedras, um pouco distante.
“Ouviram música, beberam vinho, entraram no mar e aí fizeram o uso da droga. Diz que foi um quadradinho de papel que usaram pela primeira vez e que não se recorda do nome (da droga). Depois disso ela não se recorda do que aconteceu”, relatou o advogado em entrevista para A Gazeta.
De acordo com o advogado Lécio Machado, a jovem retomou a consciência durante a madrugada de domingo (16). “Ela não se recorda direito, mas a mãe dela conta que a jovem atendeu a uma ligação por volta das 2 horas, onde acabou pedindo ajuda. Conta que, ao retomar a consciência, percebeu que o namorado estava com a cabeça em seu colo e que ele sentia dor, mas não conseguia entender o que tinha acontecido”.
A partir de então ela foi até a guarita do parque para pedir ajuda, segundo o advogado. O pai da jovem, que tinha sido acionado pela mãe dela após a ligação, estava chegando ao local. “O pai dela foi o primeiro a prestar socorro aos dois. O rapaz estava com um corte na barriga e ainda outros na orelha, cabeça, perna e sangrando. O pai e o vigia perceberam que ele também estava com o intestino exposto”, relatou Lécio à reportagem de A Gazeta.
A jovem também estava ferida, com a cabeça machucada, corte nas pernas, mãos e hematomas nos braços. “Não foi constatado abuso sexual, mas ela não se recorda como aquilo foi feito”, conta o advogado.
De acordo com Lécio Machado, somente entre 5 horas e 6 horas, após o socorro, é que foi encontrado na praia partes do intestino do jovem. E que foi constatado que o material deles estava revirado e que um celular havia sumido, assim como R$ 80 e cartões de crédito. O celular da namorada foi encontrado por ela na areia.
De acordo com a Polícia Civil, o próximo depoimento a ser ouvido será o do rapaz que teve o abdômen aberto, previsto para quando ele receber alta hospitalar.
A polícia também já está com as imagens do videomonitoramento do parque naquela noite. Elas mostram que o casal entrou no parque, que já estava fechado, pela região das pedras, à beira-mar. Pescadores também faziam o mesmo percurso.
Mais tarde, segundo a polícia, pescadores deixaram o local. Algum tempo depois, já na madrugada, aparece a imagem da jovem pedindo ajuda aos vigias do parque. Logo depois o rapaz foi socorrido.
O jovem encontrado com a barriga aberta e parte do intestino exposto, na Praia do Ermitão, em Guarapari e sua namorada sofreram um ataque na madrugada do dia 16 de janeiro. É o que afirma o advogado que representa as famílias do casal, Lécio Machado.
Em nota, os familiares dos jovens informaram que “os seus filhos foram vítimas de uma ação criminosa e violenta praticada por terceiros ainda desconhecidos, durante um luau que realizavam à dois naquela data e localidade (Praia do Ermitão)."
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta