Uma mãe desesperada e aflita pedindo ajuda para enterrar a filha. É assim que se identifica Delma Félix, mãe da brasileira Ana Paula Feitosa dos Santos Braga, mais conhecida como Ana Paula Braga, que foi assassinada em Los Angeles, na Califórnia, nos Estados Unidos. Dois capixabas suspeitos de terem cometido o crime foram presos nesta sábado (21), em Cariacica.
No vídeo, a mãe relata: "Não tenho como trazer o corpo da minha filha. Estou em uma crise muito difícil. Era minha filha que me sustentava e não tenho como arcar com as despesas. Me ajude, é uma mãe desesperada que pede", desabafa mãe da moça, Delma Felix, que mora no interior de Minas Gerais.
No entanto, segundo a Polícia Federal, o corpo da jovem Ana Paula ainda não foi localizado. A mesma informação consta ainda na decisão do juiz da 1ª Vara Criminal de Vitória, Marcos Pereira Sanches, que concedeu os mandados de prisão, relatando que os suspeitos de cometerem o crime, Thiago Philipe Souza Bragança e Wenderson Júnior Dalbem Silva, "estrangularam a vítima com o uso de um cinto e fio elétrico, acondicionaram o corpo em um edredom e o transportaram para outra unidade da federação, o qual ainda não foi localizado".
Segundo as investigações, a jovem Ana Paula morava havia pouco mais de um ano nos EUA. Em seu último endereço, em Los Angeles, trabalhava como motorista de aplicativo. A última vez que a família teve contato com a moça foi no dia 29 de janeiro, um dia antes do crime.
Ana Paula teria sido morta no dia 30 de janeiro deste ano na West 39th Street, em Los Angeles, por Thiago Philipe Souza Bragança e Wenderson Júnior Dalbem Silva. De acordo com a polícia, eles teriam estrangulado a vítima com fio de um equipamento elétrico. Depois, envolveram o corpo da jovem em um edredom e o transportaram para outro local.
A polícia americana teve acesso às imagens de câmeras de videomonitoramento que mostram os suspeitos entrando no apartamento de Ana Paula e mais tarde saindo com um grande volume, idêntico ao edredom em que a vítima aparece enrolada no mencionado vídeo.
Há ainda vídeos gravados pelos suspeitos, segundo a polícia, nos quais detalhes do crime são expostos, como o embrulho com edredom:"Já está embrulhado", disse um deles, ao se referir ao corpo da vítima. Na sequência, pede para o suposto comparsa limpar o sangue. "Negão, tem que limpar este sangue aqui". O suspeito também diz: "Eu matei ela e ainda estou com o telefone da mulher. Vamos nas fotos", diz mostrando o celular e as fotos da vítima.
Em sua decisão, o juiz Marcos Pereira Sanches, ao conceder os mandados de prisão, relata que os suspeitos enviaram arquivos de áudio descrevendo o crime para um primo e o irmão mais novo de Thiago, e que a polícia da cidade de Los Angeles confirmou que a cena do crime é exatamente como aparece no vídeo, tendo sido encontrados vestígios de sangue no apartamento da vítima Ana Paula.
Também é dito que há imagens de câmeras de videomonitoramento que demonstram que os suspeitos entraram no apartamento da vítima Ana Paula e mais tarde saíram com um grande volume, idêntico ao edredom em que a vítima aparece enrolada no mencionado vídeo. No dia 14 de fevereiro, a polícia americana encontrou um corpo com características semelhantes às de Ana Paula, mas não confirmou a identidade.
Em vídeo, Eugêncio Ricas, adido da Polícia Federal nos Estados Unidos, destaca o trabalho internacional conjunto das polícias americanas e brasileira para a prisão dos suspeitos Thiago e Wenderson. "Uma prisão importante porque os indivíduos confessaram a morte da jovem", disse, destacando que ações serão realizadas "para conseguir uma condenação pesada", assinalou Ricas.
De acordo com o secretário de Segurança do Estado, Roberto Sá, em entrevista à TV Gazeta, os dois confessaram o crime para a polícia capixaba. Ainda segundo ele, houve uma ação integrada entre a Polícia Americana, que ainda continua investigando o crime. No Brasil também atuou a Polícia Federal em parceria com o Grupo Integrado de Operação de Segurança Pública (Giosp), que integra todas as inteligências das agências de segurança do Estado.
Desta forma, assim que foi alertado sobre a presença dos suspeitos no Espírito Santo, o Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas e à Corrupção (Nuroc) abriu o inquérito sobre o caso que foi encaminhado para a 1ª Vara Criminal de Vitória, que decretou a prisão preventiva dos suspeitos. A Polícia Federal (PF) e o 7º Batalhão da Polícia Miliar de Cariacica estavam de campana observando os suspeitos. Quando tiveram a informação da expedição do mandado, entraram em ação. A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) também participou da ação, onde os suspeitos prestaram depoimento.
No final da noite, Thiago e Wenderson foram levados para o sistema penitenciário do Estado. Segundo informação da Secretaria de Justiça (Sejus), responsável pela administração dos presídios, os dois foram levados para o Centro de Triagem de Viana (CTV).
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