Menos da metade dos assassinatos praticados em 2019 no Espírito Santo foram esclarecidos, revelou um estudo publicado nesta terça-feira (2). Do total de mortes intencionais registrado no ano no Estado, apenas 49% geraram denúncia à Justiça até final de 2020. Os demais, continuam sem resposta.
O levantamento é do Instituto Sou da Paz, que analisou dados de 18 Estados brasileiros e do Distrito Federal. A metodologia considera esclarecido um assassinato que tenha resultado em ação penal até o fim do ano seguinte, ou seja, quando a investigação identificou um suspeito que foi levado à Justiça.
Apesar da falta de respostas em mais da metade dos assassinatos praticados em 2019, o Espírito Santo apresentou um aumento contínuo no esclarecimento destes crimes, estabilizando em 49% em 2018 e 2019, detalhou o instituto.
Comparado com os demais Estados brasileiros, o Espírito Santo ficou na sexta posição no esclarecimento de assassinatos, atrás de Acre, Amapá, Bahia, Ceará e Distrito Federal.
Questionada sobre o resultado do estudo, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social do Espírito Santo (Sesp) respondeu que os casos que ainda não haviam sido respondidos seguiam em andamento nas Delegacias de Homicídio e Proteção à Pessoa todo o estado.
A secretaria disse que essas delegacias são estruturadas e recebem investimentos constantes do governo com objetivo de aumentar ainda mais a produtividade e justificou que, com o passar do tempo, os dados vão se alterando, aumentando a resolutividade.
O estudo, realizado desde 2017, foi feito a partir de dados disponibilizados pelo mpes">Ministério Público do Espírito Santo. Nesta edição, pela primeira vez, foram solicitados aos estados informações complementares a respeito do sexo, idade e raça e cor das vítimas.
Apesar de o Estado capixaba ter contribuído para o cálculo do indicador de esclarecimento dos assassinados, ele não enviou dados sobre o perfil das vítimas.
Para a diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo, o apagão de dados a respeito da raça e cor das vítimas é preocupante. “A ausência desses dados evidencia que as instituições do sistema de Justiça responsáveis pelo processamento de um homicídio desconsideram a relevância dessas informações para o aprimoramento da sua atuação”.
O mpes">Ministério Público do Espírito Santo foi procurado para comentar o resultado do estudo. Assim que houver retorno, este texto será atualizado.
*Com informações de Viviann Barcelos, do G1ES
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta