O Sindicato dos Médicos do Estado do Espírito Santo (Simes) fez um alerta sobre um golpe que vem sendo aplicado há cerca de um mês e que já causou prejuízos a mais de 20 profissionais da categoria. Os criminosos se passam por funcionários do sindicato e entram em contato com médicos que aguardam a solução de processos na Justiça, visando o recebimento de valores referentes ao Plano Bresser, do governo José Sarney. Estes valores dizem respeito a precatórios, ou seja, títulos da dívida pública, reconhecidos judicialmente.
Informando aos médicos que o pagamento dos precatórios foi liberado, os golpistas solicitam transferências bancárias para arcar com custas de cartório referentes aos processos. Os valores dos depósitos efetuados pelos médicos que caíram no golpe variam de R$ 5 a 20 mil reais.
De acordo com o Simes, desde que tomou ciência do golpe, o sindicato vem tomando todas as medidas cabíveis para alertar os médicos e identificar os golpistas. A ação criminosa chegou a ser denunciada em boletim de ocorrência à polícia, que, segundo a instituição, abriu investigação sobre o caso. Mesmo com ampla divulgação sobre o crime, os suspeitos continuam em ação e novas vítimas caíram no golpe.
Para o advogado do sindicato, Luiz Telvio Valim, especializado em Defesa Médica, os criminosos têm preferência por aplicar golpes em pessoas de maior idade. "Eles costumam pegar bastante as pessoas com idades mais avançadas, são mais suscetíveis a caírem nesses golpes. Isso também se explica até pela tramitação do processo, que às vezes demora décadas para chegar ao pagamento. A maioria desses processos envolvendo servidores públicos é contra a fazenda pública. E aí a dica é válida a todos: são quadrilhas especializadas em pegar as pessoas desavisadas, principalmente idosos e conseguir dinheiro fácil em contas abertas em bancos principalmente públicos e regionais, que são em geral usados pelos servidores", explicou.
O Simes reforçou o alerta sobre o golpe, esclarecendo que não está entrando em contato com médicos sobre os precatórios e que não solicita transferências bancárias dos associados para arcar com custas de cartório. O sindicato orientou ainda aos médicos, que por ventura venham a receber tais ligações, que não efetuem depósitos e transferências e entrem em contato pelos telefones (27) 2104-6060 e (27) 99291-0229.
Acionada pela reportagem, a Polícia Civil informou que não conseguiu localizar a ocorrência sem o número do boletim registrado em delegacia. Em função disso, disse que não te condições de passar detalhes sobre as investigações. No entanto, o sindicato informa que são várias denúncias e que não se trata de apenas um único boletim.
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