Estimativas da Polícia Federal apontam que 58% do cigarro comercializado no Brasil é objeto de contrabando. Entre as marcas mais vendidas, as duas principais são paraguaias e o produto entra no país de forma irregular. Entre as 10 marcas que mais vendem, quatro são de cigarros contrabandeados.
Essas estimativas foram repassadas pelo delegado da Polícia Federal no Espírito Santo, Márcio Greik, que recentemente comandou uma investigação contra uma quadrilha que traz cigarros contrabandeados do Paraguai para o estado. Mais de mil caixas do produto foram apreendidas só neste ano. O prejuízo causado pela não arrecadação dos impostos nessa carga específica foi de aproximadamente R$ 4,5 milhões de reais.
"Há levantamentos extraoficiais indicando que 58% do cigarro comercializado no Brasil é objeto de contrabando. Essas informações indicam que duas marcas mais vendidas de cigarro no Brasil são produtos de contrabando. Entre as 10 marcas de cigarro mais vendidas, quatro são marcas estrangeiras de produto de contrabando", disse o delegado.
O delegado também explicou que existem dois tipos de cigarros contrabandeados que chegam ao Estado: o cigarro que tem a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, mas que é desviado para sonegação de impostos; e também o cigarro falsificado, que não tem liberação dos órgãos de regulamentação e oferece ainda mais riscos à saúde dos consumidores.
Uma pesquisa realizada em 2018 pelo instituto Ibope apontou que 54% de todos os cigarros vendidos no país são ilegais. A mesma pesquisa mostrou que o país tem cerca de 22,1 milhões de fumantes. Sendo assim, mas de 11,2 milhões pessoas fumam cigarros contrabandeados.
TRÊS PESSOAS DE QUADRILHA SÃO PRESAS
A Polícia Federal prendeu três pessoas apontadas como participantes do esquema que trazia cigarros do Paraguai para o Espírito Santo. O primeiro a ser preso foi o motorista de uma das carretas do grupo. Em uma apreensão feita em janeiro, foram recolhidas 998 caixas de cigarros falsificados.
Essa grande apreensão foi o marco inicial para o início da investigação, que culminou com a prisão de mais duas pessoas, em operação realizada nesta terça-feira (9). De acordo com o delegado Márcio Greik, um comerciante preso vendia os cigarros em um bar, na Serra. Uma mulher que também foi presa guardava parte da carga de cigarros em sua residência. Os três serão indiciados pelos crimes de contrabando, falsificação de veículo e organização criminosa.
A operação contou com a participação de 32 Policiais Federais, sendo realizado o cumprimento de 07 mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados e uma empresa do grupo, nos municípios de Vitória e Serra.
Em relação ao modo de operação do grupo, a Polícia Federal afirmou que o grupo comprava cigarros falsificados no Paraguai, trazia para o Estado em caminhões adulterados e armazenava o produto na cidade de Serra.
PREJUÍZO CAUSADO PELO CONTRABANDO
O delegado da Alfândega do Porto de Vitória, Fabrício Betto, comentou sobre o prejuízo causado pela quadrilha investigada pela Polícia Federal.
"O prejuízo direto de arrecadação pode ser estimado em torno de até três vezes o valor de comercialização desse produto. No caso dessa apreensão, a gente está falando em torno de R$ 4,5 milhões", explicou o delegado.
A Secretaria da Fazenda do Espírito Santo foi procurada, mas não tem uma estimativa da quantia que o estado deixa de de arrecadar com a comercialização de cigarros contrabandeados.
DADOS DA OPERAÇÃO "GUIFIT":
TRÊS PESSOAS PRESAS
- O motorista que dirigia a carreta com carga apreendida. Foi preso desde o dia 18 de março
- Um comerciante foi preso nesta terça-feira. A Polícia Federal indica que ele tinha ligação com o grupo e comprava o cigarro pra vender em bar. Carga de cigarro foi encontra no comércio.
- Uma mulher foi presa nesta terça-feira. Segundo a PF, a quadrilha tinha carros registrados no nome da mulher. Além disso, uma carga de cigarros foi encontrada na residência dela.
MODO DE OPERAÇÃO
- O grupo comprava cigarro falsificado do Paraguai e guardava na Serra. De lá o cigarro era distribuído para os compradores
PREJUÍZO CAUSADO
- Foram apreendidas mais de mil caixas de cigarro. Se essa carga fosse legalizada, o estado arrecadaria cerca de R$ 4,5 milhões com impostos
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