Um policial militar do Espírito Santo foi flagrado dando pauladas no rosto e na cabeça de um homem. As imagens teriam sido gravadas no bairro São Torquato, em Vila Velha, na última quarta-feira (19). Caso aconteceu na semana em que a reportagem de A Gazeta noticiou outra situação de agressão contra um indivíduo em abordagem envolvendo um agente da corporação.
No início do vídeo, o homem aparece agachado. O policial pega um pedaço de madeira e dá quatro golpes, na cabeça e na nuca do rapaz, que se levanta.
Já em pé, o homem recebe mais uma paulada no rosto. O policial olha para os lados e parece falar algo, mas não é possível ouvir. O militar bate mais uma vez no rapaz, que sai andando. O agente joga o pedaço de madeira no chão e volta para a viatura. Outro PM estava no local durante todo o momento da agressão, olhando.
A reportagem de A Gazeta questionou a Polícia Militar sobre as imagens, com as seguintes perguntas:
Em nota, a corporação respondeu que "está levantando informações sobre as imagens apresentadas, data, hora e local do fato, bem como se houve registro de ocorrência relacionada às imagens, para ao término do levantamento preliminar instaurar procedimento para apurar a conduta dos envolvidos. A Instituição ressalta que todas as medidas cabíveis relativas ao fato serão adotadas".
O secretário de Estado da Segurança Pública, Eugênio Ricas, deu entrevista à TV Gazeta sobre esse caso. Ele disse que o policial que deu as pauladas ainda não foi identificado. "É completamente inadmissível. A lei existe para ser cumprida, a lei determina que, na prática de qualquer crime, há uma previsão legal, não há pena de violência aqui no Brasil. A pena no Brasil ou é pena de multa, ou é pena restritiva de direito ou restritiva de liberdade. Por pior que seja o crime que o bandido tenha cometido, o que o policial precisa fazer é prendê-lo, levar para a delegacia, lá o delegado vai fazer o flagrante, e é isso que a gente espera."
Ainda de acordo com Ricas, dependendo da conclusão das investigações sobre o caso, o policial que agrediu o homem pode até ser expulso da corporação. "Ele pode sofrer sanções administrativas e inclusive criminais. Ele pode responder e ser penalizado com a suspensão, pode ser demitido da Polícia Militar e ele pode inclusive responder criminalmente. São algumas previsões legais cabíveis. Acredito que qualquer tipo de violência gratuita realizada por um policial tem que ser exemplarmente punida. Nossa PM não compactua com isso."
O caso de Vila Velha não foi o único: também no dia 19, um homem foi agredido com um tapa no rosto durante uma abordagem da Polícia Militar. O fato teria acontecido no bairro Prolar, em Cariacica, e imagens de câmera de videomonitoramento mostram uma viatura da corporação parada e ao menos quatro militares ao redor do indivíduo. A gravação mostra o momento da agressão (veja abaixo). O rapaz agredido não chegou a ser detido.
Um inquérito policial militar foi aberto para investigar o caso. Enquanto isso, o PM que deu o tapa no rosto do homem foi afastado das atividades nas ruas e está atuando em funções administrativas. Segundo a corporação, o prazo para a conclusão das apurações é de 30 a 60 dias. Clique aqui para ler mais sobre esse caso.
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