O major da Polícia Militar Marcos Vinicius Mattos Gandini, preso após se envolver em uma briga com um soldado da corporação, na madrugada do último sábado (3), na Praia do Canto, em Vitória, foi afastado das funções operacionais.
A informação foi confirmada pela Polícia Militar à reportagem de A Gazeta. A assessoria da PM informou que na tarde de segunda-feira (5), foi assinada portaria de instauração de Inquérito Policial Militar (IPM) visando a apuração dos fatos e individualização de condutas dos militares envolvidos na ocorrência.
Esta portaria determina o afastamento cautelar do major envolvido na ocorrência, que passa a cumprir funções administrativas.
Dois dias após uma confusão entre policiais militares que terminou em uma briga com socos e ameaças na Praia do Canto, em Vitória, o secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Coronel Alexandre Ramalho, pediu desculpa aos capixabas e afirmou que o major e o soldado, ambos da Polícia Militar, devem ser afastados das funções durante a investigação do caso. Em entrevista ao vivo ao Bom Dia ES, da TV Gazeta, ele classificou a cena como "lamentável". A briga aconteceu na madrugada do último sábado (3) e foi filmada por leitores de A Gazeta.
O major Marcos Vinicius Mattos Gandini foi autuado em flagrante após a briga e encaminhado ao presídio no Quartel da Polícia Militar. Ele passou por audiência de custódia na manhã de domingo (4) e recebeu a liberdade provisória sem fiança.
Ainda durante entrevista à TV Gazeta, Ramalho afirmou que o crime deve ser tratado como um crime comum, apesar de os dois seres policiais militares. Segundo o secretário, foram tomadas medidas no âmbito da Polícia Militar para investigação interna e também na Polícia Civil, que autuou o major por lesão corporal, ameaça, desobediência e desacato a funcionário público.
Segundo o boletim da Polícia Militar, a ocorrência começou em uma boate da Praia do Canto, em Vitória. Na versão do major, ele estava no local com a esposa, mas foi embora logo após ela ser assediada pelo soldado. Conforme relatou, o casal se deslocou até a Avenida Saturnino de Brito para pegar um táxi e, neste momento, dois indivíduos apareceram, incluindo o militar, e apontaram uma arma. No documento, não é explicado por qual motivo teriam rendido marido e mulher.
Na tentativa de desarmá-lo, o major entrou em luta corporal com o soldado. De acordo com o boletim, o militar do baixo escalão foi posteriormente desarmado pela mulher, que caiu no chão e sofreu lesões nos braços e nas pernas.
O major também alegou, no atendimento da ocorrência, que uma pessoa aplicou um golpe gravata que quase o deixou desacordado, causando-lhe lesão na orelha e mãos. Com os dois militares, foram apreendidas armas, carregadores e munições.
O repórter André Falcão, da TV Gazeta, esteve na Delegacia de Vitória pela manhã e conversou com policiais e testemunhas. O soldado, que precisou ser atendido no hospital por conta dos ferimentos, deu outra versão da história. De acordo com ele, o major foi expulso da boate devido a uma discussão com a esposa. Já do lado de fora, tentou separar a briga, quando começou a ser agredido pelo oficial.
A Polícia Civil destacou que o major de 45 anos foi autuado em flagrante por lesão corporal, ameaça, desobediência e desacato a funcionário público e foi encaminhado ao presídio Militar, no Quartel do Comando Geral (QCG) da Polícia Militar, onde ficou à disposição da Justiça.
Marcos Vinicius Mattos Gandini passou por audiência de custódia na manhã de domingo (4) e recebeu a liberdade provisória sem fiança. Conforme consta na audiência de custódia, o Ministério Público e a defesa do major se manifestaram favoráveis à liberdade do policial.
O juiz que concedeu a liberdade destacou que os elementos da ocorrência e os colhidos pelo magistrado, através do contato pessoal durante a audiência de custódia, indicam que a liberdade do policial não oferecia risco à ordem econômica e pública, visto que é réu primário e possui residência fixa, ocupação lícita, e não houve representação por parte da autoridade policial e requerimento do Ministério Público pela decretação da prisão preventiva do major.
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