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Médica morta e marido preso no ES: polícia faz buscas em apartamento em MG

Médica morta e marido preso no ES: polícia faz buscas em apartamento em MG

Ação ocorre a pedido do delegado Deverly Pereira Junior, da DHPP de Colatina, responsável pelas investigações do caso; mulher foi achada morta em hotel na cidade capixaba

Publicado em 6 de setembro de 2023 às 11:50

Ícone - Tempo de Leitura 4min de leitura
Juliana Pimenta Ruas El-Aouar
Juliana Pimenta Ruas El-Aouar. (Sociais)
Mariana Lopes
Repórter / [email protected]

Um mandado de busca e apreensão está sendo cumprido por agentes da Polícia Civil de Minas Gerais, na manhã desta quarta-feira (6), no apartamento do casal Fuvio Luziano Serafim e Juliana Pimenta Ruas El-Aouar, na cidade de Teófilo Otoni (MG). A ação foi um pedido do titular da investigação, o delegado Deverly Pereira Junior, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Colatina.

Fuvio Luziano Serafim, de 44 anos, ex-prefeito de Catuji (MG), é suspeito de matar a esposa, a médica Juliana Pimenta Ruas El-Aouar, de 39 anos, em um quarto de hotel em Colatina na madrugada do último sábado (2). Ele e o motorista do casal, Robson Gonçalves dos Santos, de 52 anos, também suspeito do crime, estão presos.

Após depoimentos na Polícia Civil, os dois foram autuados por homicídio qualificado por motivo torpe, sem que a vítima tivesse direito à defesa e por ela ser mulher, configurando o feminicídio. Eles passaram por audiência de custódia na última segunda-feira (4), na qual o juiz João Carlos Lopes Monteiro Lobato Fraga decidiu pela manutenção da prisão.

Uso de CRM para a compra de medicamentos

Segundo o delegado Deverly Pereira Junior, que está à frente das investigações do caso, Fuvio Luziano Serafim tinha acesso a medicamentos utilizando o registro profissional (CRM) da esposa para obter os remédios. "Como ela era médica, ele conseguia ter acesso às receitas para comprar as substâncias", explicou. 

Aspas de citação

Várias receitas as quais tivemos acesso tinham o nome da quetamina [ou cetamina] que, inclusive, foi um medicamento encontrado dentro do quarto do hotel

Deverly Pereira Junior
Delegado titular da DHPP de Colatina
Aspas de citação

Nova perícia realizada em hotel

Na tarde da última terça-feira (5), a perícia da Polícia Civil foi ao hotel onde a médica foi encontrada morta. Em entrevista à reportagem da TV Gazeta Noroeste, o perito criminal Giuliano Almeida informou que, no quarto, foram encontrados indicativos de ferro.

"O indicativo de sangue já era esperado, haja vista que havia um cadáver no local. Agora, serão feitas análises para que possamos concluir as investigações", disse. A polícia tem 10 dias para concluir a investigação do caso.

Na tarde da última terça-feira (5), o Ibis Colatina, hotel onde o casal estava hospedado, lamentou, em nota, o ocorrido. O local também ressaltou que está colaborando integralmente com as autoridades para esclarecer os fatos e que está fornecendo todo o suporte necessário às investigações em curso.

Sobre o crime

Juliana Pimenta Ruas El-Aouar, de 39 anos, era médica em Teófilo Otoni (MG) e foi encontrada morta dentro do quarto de um hotel no bairro Benjamim Carlos dos Santos, em Colatina, na manhã do último sábado (2).

Em nota divulgada à reportagem no mesmo dia, a Polícia Militar havia informado que uma equipe foi acionada para verificar a informação de que teria acontecido um homicídio nas dependências de um hotel da cidade. Quando os policiais chegaram ao local, o gerente do estabelecimento disse aos militares que havia uma hóspede em um quarto com o marido e, em outro quarto, estava o motorista do casal.

Juliana Pimenta Ruas El-Aouar
Juliana Pimenta Ruas El-Aouar. (Acervo Pessoal)

Ainda em relato aos policiais, o gerente do hotel disse que, durante a madrugada, outros hóspedes reclamaram de barulho e bagunça no quarto do casal. Já pela manhã, o marido da mulher compareceu à recepção do estabelecimento, bastante alterado, querendo pagar a conta, alegando que a esposa estava passando mal e teria desmaiado. Nesse momento, foi feito contato com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que constatou o óbito no local.

Conforme consta no boletim de ocorrência da PM, um agente da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Colatina compareceu ao local do fato para realizar as diligências. Ao questionar o ex-prefeito sobre o que teria acontecido dentro do quarto, o homem relatou que a esposa teria passado por um procedimento cirúrgico em um hospital particular da cidade na última sexta-feira (1º), e que, após isso, os dois teriam ido a uma churrascaria. Segundo ele, a mulher estava feliz e ambos foram dormir às 20h.

O homem ainda relatou que ao acordar por volta de 8h de sábado, encontrou a esposa desmaiada na cama, possivelmente já morta, e foi orientado pelo Samu a colocá-la no chão do quarto para tentar reanimá-la.

Em contrapartida, segundo o boletim de ocorrência da PM, o motorista do casal relatou ao agente da DHPP que foi chamado pelo marido da vítima para ir ao quarto onde os dois estavam hospedados, pois a esposa havia caído no banheiro e precisava de ajuda.

Segundo o boletim de ocorrência, o quarto onde o casal estava hospedado havia garrafas de cerveja, sangue nas roupas de cama e a vítima foi encontrada machucada. 

No atestado emitido no último sábado (2) pelo Departamento Médico Legal de Colatina, ao qual a reportagem de A Gazeta teve acesso, as causas da morte apontadas são:

  • Hipoxemia (baixa concentração de oxigênio no sangue);
  • Asfixia mecânica;
  • Broncoaspiração (entrada de substâncias estranhas, tais como alimentos e saliva, na via respiratória);
  • Traumatismo cranioencefálico (lesão física ao tecido cerebral que, temporária ou permanentemente, incapacita a função cerebral).

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