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Menina conta na escola sobre estupro e padrasto e mãe são presos em Vila Velha

Menina conta na escola sobre estupro e padrasto e mãe são presos em Vila Velha

Mãe da menina confessou que sabia dos abusos cometidos pelo companheiro com a filha dela, mas nunca denunciou por medo; ela e o marido foram encaminhados ao sistema prisional

Publicado em 22 de novembro de 2024 às 09:39- Atualizado há 4 horas

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Foi na escola que uma menina de 13 anos encontrou um ambiente seguro para denunciar que vinha sendo estuprada pelo próprio padrasto, em Vila Velha, na última quinta-feira (21). A mãe também foi chamada, e a Guarda Municipal descobriu que a mulher sabia dos abusos, mas disse que nunca denunciou por medo. Ela e o marido foram presos. 

Os nomes dos envolvidos, da escola e do bairro onde tudo aconteceu não serão divulgados, para preservar a identidade da vítima, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (Ecriad). O caso veio à tona quando a Guarda Municipal foi acionada pelo diretor e pedagoga.

Mãe e padrasto foram chamados na unidade escolar e confessaram. Segundo o boletim de ocorrência da Guarda Municipal, o homem alegou que praticava os estupros "de forma recorrente", e a mãe falou que sabia, mas nunca denunciou por medo. Ela disse ao repórter Diony Silva, da TV Gazeta, que o suspeito não é pai biológico da garota, mas cria a menina desde os dois anos.  

Os dois foram levados para a Delegacia Regional de Vila Velha. Ao todo, a mulher disse ter cinco filhos. Três deles, de três, seis e nove anos, estavam sozinhos em casa, por isso, o Conselho Tutelar foi até a residência e pegou as crianças, que também foram encaminhadas à unidade policial. 

O casal foi autuado na delegacia e levado, em seguida, para o Instituto Médico Legal (IML) de Vitória, antes de ir ao presídio. Lá, eles conversaram com a TV Gazeta. O padrasto disse que a menina teria "tramado isso contra ele". Já a mãe revelou que sabia dos abusos desde agosto, e que teria se separado do homem. Apesar disso, os dois vivam na mesma casa e tinham uma vida de casal perante a sociedade. 

Ela ainda declarou ao repórter Diony Silva que flagrou conversas do padrasto com a filha no celular e ficou irritada, quebrando o aparelho. A mulher também alegou que nunca denunciou, pois o marido tinha provas de mensagens da esposa com outros homens, e ameaçava mostrar esses prints para a família dela.

Aborto

A inspetora Lara Paiva, da Guarda Municipal de Vila Velha, foi uma das que atendeu a ocorrência. Ela revelou que, além dos abusos, a menina contou que já chegou a engravidar do padrasto e foi obrigada a tomar chás abortivos. Por esse motivo, os dois foram autuados por "provocar aborto sem o consentimento da gestante e por estupro de vulnerável majorado. Ambos foram encaminhados ao Centro de Triagem de Viana (CTV)". 

Aspas de citação

Ela explicou que estava grávida há uns meses e eles a obrigaram a fazer uso de chás abortivos. A gente não sabe precisar muito bem com quantos meses ela estava, mas aparentemente (o aborto) aconteceu há cerca de um mês

Inspetora Lara Paiva
Guarda Municipal de Vila Velha
Aspas de citação

A menina está sob cuidados do Conselho Tutelar. As outras crianças, que estavam sozinhas em casa, foram entregues para uma tia. A guarda destacou o apoio que a adolescente teve na escola. "Nesse caso vimos a importância da escuta ativa das escolas, de atentar para os sinais, ouvir e acreditar na criança e comunicar às autoridades. Essa escola está de parabéns. Nós da equipe nunca vimos nada parecido, ficamos chocados com o caso e perplexos com a frieza dos dois, que em nenhum momento demostraram arrependimento", declarou.

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