Uma criança de 5 anos deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Shell, em Linhares, no Norte do Espírito Santo, na noite desta segunda-feira (24), com sinais de agressão física e sexual. Devido à gravidade das lesões, a menina foi transferida para a UTI de um hospital em Colatina, no Noroeste do Estado.
O médico que atendeu a criança fez contato com o Conselho Tutelar do município, que chamou a Polícia Militar. De acordo com a PM, os policiais foram acionados para se deslocarem à UPA do bairro Shell, após uma menina menor de idade ter dado entrada na unidade com diversas lesões corporais. Segundo consta no boletim de ocorrência, a criança também estava com dois dentes quebrados e os olhos roxos.
O pai e a madrasta da criança estavam no local. Ele afirmou que estava trabalhando, já ela disse que a criança sofreu uma reação alérgica a um medicamento e que, por isso, apresentava inchaços pelo corpo, além de ter desmaiado, sendo necessário levá-la à UPA.
Segundo a PM, a equipe médica do local relatou aos policiais que a criança apresentava sinais de abuso sexual e lesões pelo corpo. Diante disso, os policiais conduziram o pai e a madrasta para a 16ª Delegacia Regional de Linhares.
O chefe da Delegacia Regional de Linhares, Fabrício Lucindo, afirmou que, pelo que foi possível observar nas fotografias e nos depoimentos das testemunhas que foram à delegacia na madrugada, é possível confirmar que a criança foi espancada.
"Pelas fotografias, pelos depoimentos das testemunhas que vieram à delegacia na madrugada, sim, essa criança foi espancada. Tem lesões que comprovam isso", destacou.
Sobre um possível abuso sexual, o delegado afirmou que teve um indicativo do médico que atendeu a criança de que ela pode ter sido vítima de abuso sexual.
"Nosso médico plantonista da Polícia Civil em Colatina vai junto com a nossa delegada daqui da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) no hospital para fazer um exame nessa menina, para saber o que realmente aconteceu com ela e quais são as lesões que ela tem", explicou.
De acordo com o delegado, o pai e a madrasta da menina relataram que não a agrediram e que as lesões foram provocadas por um medicamento que ela teria feito uso. Eles não foram presos após o interrogatório.
"O pai e a madrasta foram trazidos para a delegacia, interrogados durante várias horas e o delegado entendeu, nesse momento, que não havia indícios de autoria, mas isso tudo pode mudar durante as investigações nesta semana. A agressão foi confirmada, mas o delegado não encontrou indícios de que teriam sido feitas pelo pai e a madrasta. Se encontrarmos esses indícios a prisão será pedida", disse o delegado Fabrício Lucindo, que pegou o caso pela manhã.
Durante esse período de investigação, o pai e a madrasta não podem sair da região de Linhares e ficam à disposição da polícia, para caso seja necessário um novo interrogatório.
Ainda segundo o delegado, a menina está na casa do pai e da madrasta há cerca de um mês. Antes, ela morava no Estado da Bahia.
Por meio de nota, a Prefeitura de Linhares informa que "desde que a criança deu entrada na UPA Infantil, o caso é acompanhado por uma equipe multidisciplinar da Secretaria Municipal de Assistência Social e pelo Conselho Tutelar do Município".
Ainda de acordo com a prefeitura, "outras informações não serão repassadas para preservar a identidade da criança, além do caso estar em segredo de Justiça".
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