Israel e Ícaro Storch. Os dois irmãos, de 5 e 6 anos, respectivamente, foram identificados como sendo as duas crianças que morreram no incêndio ocorrido na manhã desta segunda-feira (16), na residência onde estavam, no Bairro das Laranjeiras, na Serra. Os dois estavam na companhia da avó e de uma adolescente de 15 anos quando as chamas começaram. As duas conseguiram sair a tempo, mas as crianças, não.
Os dois estavam no quarto da casa, onde as chamas ficaram concentradas. Segundo os Bombeiros, somente após o controle do fogo, e da retirada dos escombros do teto do cômodo que desabou, foi possível localizar e constatar que os irmãos haviam morrido. Ainda conforme os militares que atenderam a ocorrência, o incêndio começou pouco antes das 7 horas da manhã.
Em choque, a mãe das crianças, Charlene Storch, foi até o local após ser informada de que os filhos haviam morrido. Ela não estava na casa há pelo menos três dias, mas morava no imóvel junto dos filhos e avó deles, segundo apurado pela reportagem de A Gazeta com familiares. Charlene foi levada à Delegacia Regional da Serra e, após prestar depoimento, foi liberada.
Segundo a Polícia Civil, o caso será investigado pela Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra. Os corpos das vítimas, segundo a corporação, foram encaminhados para o Departamento Médico Legal (DML) para serem liberados pela família e para ser feito o exame cadavérico, que vai apontar a causa da morte.
Um pouco mais calma, uma das tias dos meninos, Michele Storch, irmã de Charlene, explicou que a família ainda busca entender o que ocorreu e lamentou a perda dos sobrinhos, a quem se referiu como crianças felizes e carinhosas.
"Minha irmã (outra tia das crianças) fez o aniversário do caçula recentemente, ela veio aqui ontem, e hoje viria aqui para cortar o cabelo deles. Eles sempre dormiam juntos e, as vezes, com minha mãe (avó dos meninos). Ela (avó) e a menina (de 15 anos) estão em estado de choque e nem conversei com elas direito ainda. Eu estava indo para o trabalho e me ligaram para dizer o que ocorreu. Minha mãe toma remédios, está em estado de choque e não falou coisa com coisa. A dor é muito grande, pois perdemos duas crianças. A lembrança que fica deles é a do aniversário, pois foi a última vez minha com eles, o sorrisinho deles, as brincadeiras no quintal", disse Michele.
As causas do incêndio ainda serão apuradas pelos Bombeiros, mas já foi constatado que a ligação elétrica do imóvel era irregular. De acordo com o tenente Schultz, dos Bombeiros, que coordenou as ações de combate, esta possibilidade será levada em consideração pela perícia a ser feita no local.
Após o incêndio ser completamente controlado e os corpos removidos dos escombros, a tenente Andresa, dos Bombeiros, explicou toda a cronologia dos fatos ocorridos ao longo da manhã, na Serra.
"Nós fomos acionados por volta das 6h50 da manhã e rapidamente nosso caminhão e nossa equipe de incêndio e resgate foi deslocada para o local porque havia a informação sobre possíveis vítimas. A equipe realizou um combate a incêndio e busca ao mesmo tempo. Quando chegamos, duas pessoas já haviam saído, uma a avô e idosa e uma adolescente. Tinha informações de que haviam crianças lá dentro. Enquanto faziam a extinção do fogo, de fato foi percebido a presença dos meninos deitados um de frente para o outro, mas invertidos na cama para que coubessem os dois", explicou a militar. A tenente ainda salientou que no momento em que os combatentes chegaram até a cama, Israel e Ícaro já estavam mortos e carbonizados.
Após a retirada dos meninos, a perícia dos Bombeiros e também da Polícia Civil foram iniciadas para identificar as causas do incêndio e também das mortes. O laudo pericial dos Bombeiros tem prazo de 20 dias para ser confeccionado, prorrogável pelo mesmo período, caso necessário.
Ainda de acordo com a tenente, a avó dos garotos tem problemas psicológicos - informação confirmada por vizinhos e pela adolescente, que é irmã dos meninos. Esta jovem, inclusive, em desespero saiu da casa em chamas e não conseguiu salvar os garotinhos que dormiam no quarto, contou a militar.
Ainda na coletiva, a tenente detalhou que os militares que atuaram no combate ao fogo identificaram muitas ligações elétricas improvisadas no interior da casa, porém apenas o detalhamento e investigação da perícia será capaz de identificar se uma delas pode ter contribuído para o início do incêndio.
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