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Militar é indiciado por homicídio de idosa durante ação policial em Cachoeiro

Militar é indiciado por homicídio de idosa durante ação policial em Cachoeiro

Maria Quinelato Calda, de 66 anos, morreu no dia 27 de novembro, ao ser atingida por um tiro durante um patrulhamento no bairro Elpídio Volpini

Publicado em 29 de maio de 2024 às 16:28

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Corpo da vítima sendo recolhido após mulher ser baleada em Cachoeiro. (Bruna Hemerly)
Corpo da vítima sendo recolhido após mulher ser baleada em Cachoeiro. (Bruna Hemerly). (Bruna Hemerly/ Arquivo família)
Sara Oliveira
Repórter / [email protected]

Um policial militar foi indiciado por homicídio pela morte de Maria Quinelato Calda, de 66 anos, vítima de um disparo de arma de fogo durante ação policial em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo. A idosa, moradora do bairro Elpídio Volpini, onde tudo aconteceu, estava em uma calçada a 80 metros da própria casa quando foi atingida pelo disparo. De acordo com a Polícia Civil, o militar, que é soldado, responde em liberdade.

Em nota enviada nesta quarta-feira (29), a Polícia Civil informou que o inquérito policial, presidido pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cachoeiro de Itapemirim, foi concluído no dia 14 de maio e remetido à Justiça. Segundo a corporação, não houve representação pela prisão do soldado, pois "não estão presentes os requisitos para decretação da prisão preventiva". O indiciamento teve como base provas testemunhal e pericial de análise de imagens de videomonitoramento.

Militar é indiciado por homicídio de idosa durante ação policial em Cachoeiro

Maria Quinelato Calda, morreu no dia 27 de novembro de 2023. Na ocasião, de acordo com informações de moradores, a vítima conversava com a irmã e o cunhado e estava indo para casa quando um policial e um suspeito passaram correndo pelo local, sendo atingida em seguida pelo disparo.

Procurada, a Polícia Militar informou que o militar envolvido na ocorrência foi afastado do serviço operacional, trabalhando atualmente em atividade administrativa. "Foi instaurado um Inquérito Policial Militar em razão dos fatos ocorridos, tendo seus autos conclusos na Corregedoria e encaminhados à Auditoria da Justiça Militar Estadual, órgão jurisdicional do Tribunal de Justiça do Estado, TJES, na forma da legislação vigente", disse a corporação.

PM fazia patrulhamento

Na ocasião, a Polícia Militar informou que a morte da idosa aconteceu durante patrulhamento no bairro. Em nota, a polícia descreve que os militares receberam a informação de que um homem, evadido do sistema prisional e com mandado de prisão em aberto, estava na região portando uma arma de fogo.

No local, a polícia encontrou o suspeito sentado numa calçada, em frente a uma residência. Ao tentar realizar a abordagem, ele fugiu, invadindo uma casa. O homem ainda empurrou os policiais e saiu correndo por uma porta.

Segundo a PM, ele atirou vezes contra os militares, que revidaram e um dos policiais também efetuou dois disparos. O suspeito continuou correndo pelas ruas do bairro e os moradores faziam sinais indicativos do trajeto dele, contudo os policiais não conseguiram alcançá-lo.

Um dos militares, que não participou do acompanhamento, mas que fez o mesmo trajeto do policial e do suspeito em fuga, ao ouvir os disparos, encontrou a idosa caída ao chão e baleada na região do queixo. Na época, a polícia localizou um revólver calibre 38 com quatro munições, sendo duas deflagradas.

Vítima era pensionista

O aposentado José Martins, cunhado da vítima, conta que a cunhada, que era pensionista, morava sozinha e tinha o costume de sentar na calçada para conversar, junto com ele e a irmã. “Agora não vou sentar mais. Nem perto de casa a gente tem sossego mais”, lamentou o familiar na época, em entrevista à repórter Bruna Hemerly, da TV Gazeta Sul.

Na ocasião, moradores protestaram, pedindo justiça, pela morte de Maria Quinelato Calda. Eles fecharam a rodovia Mauro Miranda Madureira, principal via do bairro, com pneus e madeiras. 

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