Apontado como assassino do ex-governador Gerson Camata, Marcos Venício Moreira Andrade foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES). A denúncia aconteceu na última quinta-feira (3), por meio da Promotoria de Justiça de plantão.
Marcos foi assessor de Camata durante 19 anos e os dois brigavam na Justiça por conta de denúncias feitas na imprensa contra o ex-governador em 2009.
A assessoria de imprensa do Ministério Público afirmou, em nota, que Venício foi denunciado pela prática de homicídio qualificado por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, além de porte de arma de uso permitido.
Marcos foi detido minutos após cometer o crime, no dia 26 de dezembro, na Praia do Canto, em Vitória.
O CRIME
O ex-governador do Espírito Santo Gerson Camata, 77 anos, foi assassinado no dia 26 de dezembro na Praia do Canto, em Vitória. O crime ocorreu em frente a um restaurante próximo à esquina das ruas Chapot Presvot e Joaquim Lyrio.
O ex-governador foi atingido por um tiro no ombro esquerdo, que transfixou todo o corpo e saiu no ombro direito, depois de atingir órgãos vitais. Ambulâncias chegaram a ser acionadas, mas Camata não resistiu ao ferimento.
Sobrinho do ex-governador, o policial rodoviário federal Edmar Camata foi ao local do crime. Lamentou a morte do tio, e desabafou sobre a violência.
O emedebista morava na Ilha do Frade, em Vitória, mas constantemente ia à Praia do Canto, também na Capital. Ele estava, de acordo com Edmar Camata, sozinho na hora do crime. "Aparentemente, foi uma execução", afirma o policial rodoviário federal.
PRISÃO
A Secretaria de Estado da Segurança Pública afirmou que o suspeito do crime, Marcos Vinicius Andrade, 66 anos, foi detido e levado para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Marcos é ex-assessor de Camata e autor do disparo que tirou a vida do ex-governador.
PERFIL
Gerson Camata se formou em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), e também atuou no jornalismo policial na década de 1960, no programa Ronda Policial, da Rádio Espírito Santo, que era líder de audiência.
Ele iniciou a carreira política em 1967, como vereador de Vitória, pelo partido Arena. Em 1970, elegeu-se deputado estadual, e em 1974, deputado federal pelo Espírito Santo, pelo mesmo partido. Foi reeleito em novembro de 1978 e, com a extinção do bipartidarismo em novembro de 1979 e a consequente reorganização partidária, filiou-se ao PMDB, de oposição ao governo. Em 1981, casou-se com a ex-deputada federal Rita Camata.
Em 1982 lançou sua candidatura ao governo do Espírito Santo, e venceu o pleito com 67% dos votos. Gerson foi o primeiro governador eleito após a redemocratização, e comandou o Estado de 1983 a 1986. Em 1986, desincompatibilizou-se para concorrer ao Senado, sendo substituído pelo vice-governador José de Morais.
Gerson Camata atuou na Assembleia Nacional Constituinte. Na mesma ocasião, sua então esposa, Rita Camata, que concorreu a deputada federal constituinte e se elegera como a mais votada no estado, também assumiu seu mandato. Reelegeu-se em 1994 e em 2002, totalizando 24 anos de atividade no Senado.
No último mandato, em maio 2006, assumiu a Secretaria de Desenvolvimento, Infraestrutura e Transportes do Espírito Santo a convite do governador Paulo Hartung e ficou no cargo até novembro.
De seu casamento com Rita Camata, teve um casal de filhos, Bruno e Enza Rafaela.
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