Fernando dos Santos Correa, de 34 anos, morto com ao menos 10 tiros no dia 30 de maio no Morro da Cocada, em Itacibá, Cariacica, foi assassinado por engano. As investigações da Polícia Civil apontaram que três integrantes da facção do Morro da Caixa d’água, localizado no bairro Oriente, no mesmo município, apareceram na festa onde estava a vítima, o confundiram com o chefe do tráfico de drogas do Morro da Cocada e atiraram contra ele pelas costas.
Além de Fernando, outros dois homens morreram no ataque a tiros. Os dois são filhos do líder da facção de Itacibá e não tiveram as identidades repassadas pela PC. Apesar de ser o alvo, o 'dono' da venda e compra de entorpecentes na região não estava no local, e sim em casa.
Quatro pessoas também acabaram baleadas e sobreviveram. Uma delas era esposa de Fernando, que estava grávida. As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa da PC nesta terça-feira (6). A vítima tinha se mudado para Cariacica a menos de sete meses, quando deixou a cidade da Serra.
Segundo o delegado Eduardo Khaddour, chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o crime foi completamente premeditado.
"Eles receberam a informação e usaram um dos integrantes da facção criminosa para simular a entrega de um pedido e verificar o terreno para depois acontecer esse ataque. Ele saiu, avisou dois comparsas e voltaram", explicou.
Ao retornarem, já chegaram atirando com pistolas com seletor de rajada na mesa onde estava Fernando. "Os autores achavam que ela era o alvo original. Em razão disso, a maioria dos disparos foi concentrado nessa pessoa, que infelizmente morreu sem nenhum tipo de envolvimento com a rivalidade que existia entre esses dois grupos", frisou o delegado.
Conforme a PC, os três homens que estavam no dia do crime são o batedor e os atiradores, presos entre os meses de junho e julho. O mandante segue foragido e tem três mandados de prisão em aberto, de acordo com a corporação.
O delegado explicou que o Morro da Caixa d'Água e o Morro da Cocada vivem uma antiga disputa pelo controle do tráfico de drogas. Para o chefe da DHPP, a vontade de tomar o poder é tanta que não se importaram com os moradores que estavam no local do crime. "Ressalto que na hora que estava acontecendo essa festa. É mesmo essa situação de querer dar um ataque para tomar a região. O local estava cheio com outras pessoas, inclusive crianças", lembrou.
No dia do crime, moradores da região contaram a repórter Priciele Venturini, da TV Gazeta, que estavam muito assustados. Informaram ainda que, nos últimos anos, o local passou a ser alvo de movimentação intensa do tráfico de drogas.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta