Em Povoação, distrito de Linhares, no Norte do Espírito Santo, os barcos são usados para pesca e também como transporte no Rio Doce das famílias ribeirinhas. Mas o aumento da violência na região prejudica a rotina dos trabalhadores e moradores da vila. Nos últimos três meses, 10 motores de barcos foram furtados.
Com os furtos, os barcos ficam parados e os pescadores ficam sem ter como trabalhar. Uma das vítimas do crime que vem se tornando cada vez mais frequente no distrito é o pescador Walkimar Bispo, de 30 anos. Ele teve um prejuízo de cerca de R$ 12 mil.
“Ninguém sabe para onde foi o bote. Ninguém sabe para onde foi o motor. Ninguém sabe nada. O pessoal rouba e continua roubando ainda. Fiz o boletim e a polícia até hoje nada”, conta o pescador para o repórter Tiago Félix da TV Gazeta Norte.
O "Raimundão", barco do pescador Hélio Campi, está parado há três semanas desde que teve o motor furtado. Essa não é a primeira vez que o pescador foi vítima do crime, no ano passado outro motor dele já havia sido levado. “Continua sumindo o motor. Sumiu dois aqui do nosso amigo também aqui e eles não estão nem aí não. Chegam e pegam como se fossem o dono e vão embora”, relata.
Para evitar que o motor do barco fosse levado, o pescador Braz Leite usou uma corrente para prender a peça. Mas nem isso impediu a ação dos criminosos. O crime ocorreu no último domingo (14) e desde então ele está sem trabalhar. O pescador pede por mais segurança.
“Dentro de povoação tinha que ter uma polícia 24 horas para amenizar a situação, porque se continuar desse jeito daqui a pouco nós teremos que levar até a bote para casa”, desabafa Braz.
O crime acontece geralmente à noite quando a comunidade está dormindo. Só em uma única noite pelo menos quatro motores foram roubados. Todos os pescadores registraram um boletim de ocorrência na Polícia Civil, mas até o momento não tiveram resposta.
Os casos são investigados. Para a TV Gazeta Norte, o delegado titular da Delegacia Regional de Linhares, Fabrício Lucindo, informou que não só os suspeitos dos furtos, mas também quem estiver comprando os motores vão responder pelo crime de receptação.
Sem as peças os pescadores ficam sem ter como levar renda para casa. “Como é que eu vou trabalhar? Remando? Do jeito que o vento está ou com a circunstância da correnteza não tem como trabalhar. Infelizmente preciso deixar meu bote parado, porque eu não tenho recurso para comprar um motor novo”, relata o pescador Walkimar.
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