Morar em um barco é opção que algumas pessoas escolheram para si em Vitória, mas a tranquilidade de estar em local relativamente tranquilo tem dado lugar à preocupação. Desde dezembro de 2019 até os primeiros dias de janeiro, pelo menos seis furtos e assaltos foram registrados nas embarcações ancoradas na região da Praia da Guarderia, em Vitória, próximo da Curva da Jurema.
As ações dos criminosos costumam ocorrer principalmente no período da noite, quando as pessoas já estão dormindo, contou uma moradora da região que pediu para não ser identificada.
Preocupados com a própria segurança, ela explicou que a comunidade se mobiliza para contratar uma vigília particular para conter o ímpeto "dos piratas da Baía de Vitória".
"É uma possibilidade que estamos avaliando, pois, além dos equipamentos, nossa integridade também está em risco. Desconfiamos que sejam pessoas que conhecem nossas rotinas, pois os furtos e roubos são na maioria das vezes silenciosos e imperceptíveis. Só damos conta quando acordamos e notamos que um motor e até mesmo o barco de apoio foram levados. Um casal de amigos de São Paulo que havia escolhido Vitória por ter se apaixonado pela cidade desistiu de morar aqui, pois tiveram dois motores levados em um curto espaço de tempo. É um prejuízo enorme", disse.
Outra situação recorrente na comunidade de velejadores da Guarderia é o desrespeito à propriedade privada cometido por frequentadores da praia. Segundo a moradora, as pessoas sobem nos barcos para fazer fotos e incomodam quem mora nas embarcações.
"Nessa época de praia isso ocorre com frequência. Sabemos que o mar é público e cada um pode fazer o que bem entender nele, mas os barcos não são. É como se fosse uma casa, não pode entrar sem ser convidado e invadir. Já tivemos casos de acharem ruim por pedirmos que saíssem", contou a moradora de uma embarcação.
Por conta dos assaltos recentes, ela contou que essas pessoas passaram a ser também suspeitas, pois até o momento não se sabe quem são os autores dos crimes. "É complicado. Não sabemos quem são, então suspeitamos de todos. Só pedimos que respeitem o espaço do outro", concluiu.
Os moradores já procuraram pela polícia e registraram boletim de ocorrência dos casos, mas até o momento nenhum suspeito foi identificado ou preso.
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