Morreu, na tarde de domingo (16), o jovem Danilo de Souza dos Santos Soares, de 15 anos, baleado na nuca enquanto dormia em um sítio na zona rural de Linhares, no Norte do Espírito Santo, no dia 9 de março. A prima dele, de 25 anos, disse que o tiro foi acidental e que ela queria fazer uma "brincadeira" para acordar o jovem, mas o rifle teria disparado sem a moça apertar o gatilho. A informação da morte foi confirmada pelo Hospital Rio Doce, onde o rapaz estava internado.
Segundo o hospital, Danilo sofreu uma parada cardiorrespiratória antes mesmo da conclusão do procedimento de análise de morte cerebral. Havia uma avaliação em andamento sobre a possibilidade de doação de órgãos, que acabou comprometida devido ao falecimento do jovem antes da parada completa e irreversível de todas as funções cerebrais.
A Polícia Científica confirmou que o serviço de transporte de cadáver foi acionado na tarde de domingo (16), às 16h25, para recolher o corpo do adolescente no Hospital Rio Doce, e que o corpo foi encaminhado à Seção Regional de Medicina Legal (SML) do município.
O corpo de Danilo começou a ser velado no domingo (16), na capela mortuária do bairro Aviso. O sepultamento está marcado para as 10h desta segunda-feira (17).
A Polícia Civil ressaltou que o caso segue sob investigação da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Linhares e que detalhes da investigação não serão divulgados, no momento.
A morte de Danilo está sob investigação da Polícia Civil. De acordo com o delegado Fabrício Lucindo, titular da Delegacia Regional de Linhares, o objetivo é identificar se houve crime, já que, até então, a informação é de que o disparo foi acidental, durante uma "brincadeira". Desde o dia do fato, a vítima seguia internada em estado crítico, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Rio Doce, onde morreu no domingo (16).
Conforme declarações dadas à Polícia Militar no boletim de ocorrência, o disparo teria ocorrido de forma acidental quando a prima do rapaz pegou a arma, que pertence ao namorado dela, com a intenção de fazer uma “brincadeira” para acordar um grupo de jovens que dormia na propriedade.
Inicialmente, o namorado, de 24 anos, proprietário da arma, foi autuado por porte ilegal de arma e liberado após pagar fiança. Ele admitiu não ter o registro do rifle. A prima, que estava segurando o rifle, foi interrogada e liberada, já que o delegado de plantão entendeu que o tiro foi acidental.
“Esse caso veio para a delegacia. O pessoal do teleflagrante entendeu que não havia crime naquela conduta. Reabrimos esse caso, vamos ouvir as pessoas novamente, pedir laudos periciais e vamos verificar se houve crime ou não na conduta da moça ou de outras pessoas”, disse o delegado Fabrício Lucindo, em entrevista à TV Gazeta na semana passada.
A jovem relatou no boletim de ocorrência que a arma teria disparado sem que ela tivesse puxado o gatilho. Lucindo disse que o rifle será periciado pela Polícia Científica.
O delegado afirmou que há várias nuances a serem observadas, como a possível prática de crimes de porte e posse ilegal de arma e de disparo de arma de fogo. Pode ser considerado também o dolo eventual, quando a pessoa assume o risco de matar, mesmo quando não há intenção.
A origem do rifle será apurada pela Polícia Civil. Segundo Lucindo, familiares relataram que a arma seria uma herança familiar.
Em nota, a defesa da prima afirmou que "ela está profundamente abalada com o ocorrido e, desde o primeiro momento, prestou socorro à vítima, forneceu todas as informações às autoridades e tem colaborado integralmente com as investigações. O caso segue em análise pela Justiça, onde a defesa demonstrará que se trata de uma trágica fatalidade, sem qualquer dolo ou intenção criminosa".
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