A empregada doméstica, identificada como Neuza Ribeiro Santos, de 45 anos, brutalmente agredida dentro de casa na última quarta-feira (3) em Nova Almeida, na Serra, morreu no último sábado (6). A informação foi confirmada por um dos filhos da mulher à reportagem da TV Gazeta. O velório aconteceu na manhã desta segunda-feira (8) no cemitério da comunidade e o enterro ocorreu por volta das 10h.
Após a agressão, a mulher foi encaminhada e ficou internada em estado gravíssimo no Hospital Estadual de Urgência e Emergência (São Lucas). Segundo informações da Polícia Militar e de familiares da vítima, o suspeito de ter agredido a mulher é o marido dela, um produtor rural de 42 anos.
O filho da vítima, um gerente comercial, estava trabalhando e chegou ao local após receber uma mensagem no WhatsApp por volta das 22h30.
O texto enviado pelo aplicativo dizia: “Estou morrendo. Preciso de ajuda, venha me socorrer. Passe pela porta de trás”. Como a mulher estava inconsciente, o filho dela acredita que foi o agressor quem usou o celular dela para escrever e enviar o alerta.
"No estado em que ela estava, ela não tinha como escrever mensagem. Não tinha condições de mandar uma mensagem por escrito. Eu tenho certeza que foi ele que escreveu. Eu achei que ela estava morta, mas quando chamamos ela respondeu", disse o jovem.
A janela da casa foi quebrada pelo filho quando tentou socorrer a mãe. De acordo com ele, a mãe tinha se mudado recentemente para uma chácara com o companheiro, em um local chamado Chapadão, na zona rural de Nova Almeida. O filho da vítima disse que a doméstica estava no quarto toda machucada e ensanguentada.
"Meu patrão nos ajudou a socorrê-la e depois encontramos uma viatura da PM. Ela levou muitas pancadas na cabeça", disse o gerente.
Ao repórter Diony Silva, da TV Gazeta, durante o enterro na manhã desta segunda-feira (8), os filhos afirmaram que já haviam alertado a mãe e que estão muito abalados com o que ocorreu.
Tiago Ribeiro Santos, o filho mais novo, ressaltou que o autor do crime é o companheiro da mãe. Segundo Tiago, o suspeito enviou mensagens para ele, alegando que está arrependido do que fez.
"Eu sozinho em casa às vezes pensava quando ela tivesse 80 anos, se partisse, o que eu iria fazer. E esse momento chegou, tão breve, tão inesperado, tão cruel. Tão nova minha mãe para eu poder enterrar ela. É o momento mais triste da nossa vida. Meu casamento estava marcado para março e eu estava combinando com ela, falando para ela ficar tranquila que eu ia organizar tudo, roupa, maquiagem. Só que, infelizmente, ela não vai estar aqui para presenciar", contou Tiago.
"Ele (companheiro) falou com ela (Neuza) 'eu vou mudar, Neuza, eu vou mudar', mas eu falei com ela: mãe, 'ele não vai mudar, ele vai te matar'. Ela não ouviu. É muita maldade o que ele (marido) fez com minha mãe. Ela não merecia isso", disse o outro filho, Walace Teixeira Santos.
A Polícia Civil informou que o caso foi registrado como tentativa de feminicídio e que as investigações seguem na Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM) de Vitória.
Na manhã desta segunda-feira (8), a Polícia Civil informou, por meio de nota, que o caso segue sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), que realiza diligências desde a data do fato. A corporação afirmou que, até o momento, nenhum suspeito foi detido e detalhes da investigação não serão divulgados, por enquanto.
"A vítima evoluiu para óbito no último sábado. O corpo foi encaminhado para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, para ser necropsiado e, posteriormente, liberado para os familiares", diz o texto.
Após a publicação da matéria, a mulher foi sepultada. Os filhos também falaram sobre a perda da mãe. O texto foi atualizado.
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