Morreu nesta quarta-feira (6), Ademilson Rosa Valério, de 39 anos, após ter o corpo incendiado enquanto dormia na noite de da última segunda-feira (4) na comunidade de Graúna, em Itapemirim, Sul do Espírito Santo. A informação foi confirmada pela Polícia Científica.
Ademilson estava internado no Hospital Estadual Jayme Santos Neves, na Serra. Seu filho, que também estava na casa, ficou gravemente ferido e segue internado no Hospital Infantil de Vitória. A principal suspeita, Raquel de Jesus, de 33 anos, está internada sob escolta policial. O crime teria sido motivado pelo fim do relacionamento.
Em nota, a Polícia Científica comunicou que o serviço de transporte de cadáver foi acionado na tarde desta quarta-feira (06), por volta das 14h, para recolher o corpo da vítima no Hospital Estadual Jayme dos Santos Neves, no bairro Morada de Laranjeiras, na Serra. A equipe médica informou para a corporação que a causa da morte teria sido queimadura. O corpo da vítima foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) em Vitória, para ser necropsiado e, depois, liberado para os familiares.
Ademilson Rosa Valério, de 39 anos, dormia junto com o filho, de 8 anos, quando a ex-companheira dele teria invadido o imóvel, jogou gasolina e ateou fogo no colchão onde pai e filho dormiam. Segundo a Polícia Militar, o pai do homem disse aos policiais que a suspeita não aceitava o fim do relacionamento. Após cometer o crime, a mulher fugiu do local, mas acabou localizada pelos policiais militares e levada à Delegacia de Itapemirim.
O homem contou aos militares que ajudou a socorrer o filho e o neto. Ainda segundo a PM, o homem disse aos militares que o filho dele havia recentemente terminado o relacionamento com a mulher, mas ela não aceitava o término.
O delegado Edson Lopes Júnior, titular da Delegacia de Polícia de Itapemirim, detalhou que a suspeita arrombou a porta, quebrou as janelas e jogou gasolina no pai e no filho.
"Conseguimos apurar que as duas vítimas, pai e filho, estavam em casa, na localidade de Graúna, quando apareceu ali a ex-companheira do pai. Ela chegou com gasolina, adentrou o imóvel e ateou fogo nos dois enquanto os dois estavam dormindo. O Ademilson teria descoberto que ela era portadora de HIV e terminou com ela. E ela alega que, por motivos de ciúme, por não aceitar o término do relacionamento, teria ido lá e praticado esse bárbaro ato", explicou o delegado.
Na terça-feira (5), o comerciante Arildo Ventura, que mora ao lado da casa onde o crime ocorreu, contou à repórter Isabelle Oliveira, da TV Gazeta, que o fato aconteceu por volta das 23h40 de segunda-feira (4). Ele disse que ouviu gritos de socorro, foi até a residência e viu muito fogo. Para ajudar as vítimas, ele arrombou o portão, quebrou a porta e socorreu o homem que já estava no banheiro. O vizinho disse que as vítimas estavam em estado grave.
"Trouxe ele para fora, sentei em um pano e ele ficou. O outro rapaz chamou o Samu, que demorou um pouquinho, mas chegou logo rápido. Aí levou ele para o hospital, que está lá em estado grave, gravíssimo. [Sobre o menino] Foram os próprios amiguinhos da criança que vieram socorrer ele. Na hora que cheguei, só ouvi o pai pedindo socorro. E eu vi o menino sentado, deram água para ele e eu tentando controlar o pai", contou o comerciante.
De acordo com a Polícia Militar, Ademilson Rosa Valério, teve cerca de 98% do corpo queimado, e a criança, 82%. Vizinhos e familiares disseram para os policiais que a criança não era filho da agressora.
Moradores da região se encarregaram de apagar o fogo da casa, utilizando baldes com água. Conforme a polícia, a suspeita de 33 anos, encontrada no local de trabalho, tinha queimaduras na região da canela, posterior das coxas, pés, além das mãos e os cabelos chamuscados.
Ela portava uma faca e uma caixa de fósforo que foram apreendidos. Ela foi encaminhada para o Hospital Evangélico de Itapemirim sob escolta e autuada em flagrante por dupla tentativa de homicídio qualificado. A Gazeta apurou nesta quarta-feira (6), que ela segue sob escolta hospitalar e será encaminhada ao presídio assim que receber alta médica.
Após a morte de Ademilson Rosa Valério, de 39 anos, a Polícia Civil informou que uma autuação em flagrante delito realizada na sede da Polícia Judiciária não se altera. Ou seja, neste momento a suspeita segue autuada em flagrante por dupla tentativa de homicídio qualificado. "O que pode ocorrer é que, após as investigações, a autoridade policial pode modificar a tipificação do crime ao proceder ao indiciamento", esclareceu a Polícia Civil, por nota.
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