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Morre menino que foi queimado pela ex-companheira do pai em Itapemirim

Morre menino que foi queimado pela ex-companheira do pai em Itapemirim

Ângelo Valério estava internado no Hospital Infantil, em Vitória. O pai dele, que também teve o corpo queimado, faleceu na última quarta-feira (6)

Publicado em 9 de novembro de 2024 às 14:36

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O menino Ângelo Valério, de 8 anos, morreu após ter sido queimado, supostamente, pela ex-madrasta
O menino Ângelo Valério, de 8 anos, morreu após ter sido queimado, supostamente, pela ex-madrasta. (Acervo da família)

O menino Ângelo Valério, de 8 anos, morreu na manhã deste sábado (9) após ter 82% do corpo queimado em incêndio supostamente provocado pela ex-madrasta, na última segunda-feira (4), em Itapemirim, Litoral Sul do Espírito Santo. O óbito foi confirmado pelo avô do menino. O pai do garoto, Ademilson Rosa Valério, de 39 anos, que teve 98% afetado por queimaduras graves, não resistiu e acabou morrendo na quarta-feira (6) passada, no Hospital Jayme Santos Neves, na Serra.

> 'Corre. Tá queimando', disse menino ao avô, após ter corpo incendiado

A Polícia Científica (PCIES) informou que o serviço de transporte de cadáver foi acionado na tarde deste sábado (9), por volta das 15h40, para recolher o corpo da criança e levar ao Instituto Médico Legal (IML). O menino estava internado no Hospital Infantil MIlena Gottardi, em Bento Ferreira, em Vitória.

Ângelo e o pai dormiam em casa quando a principal suspeita do crime, Raquel de Jesus, de 33 anos, invadiu a residência, localizada em Graúna, jogou gasolina nas duas vítimas, e ateou fogo, segundo informações da Justiça. A suposta incendiária teve a prisão em flagrante convertida para a preventiva, diante da gravidade do caso, em audiência de custódia, realizada na quinta (7).

Ademilson Rosa Valério, de 39 anos, e , Raquel de Jesus, de 33 anos, apontada pela polícia como suspeita do crime
Ademilson Rosa Valério, de 39 anos, e , Raquel de Jesus, de 33 anos, apontada pela polícia como suspeita do crime. (Redes sociais / Montagem A Gazeta )

"Em análise dos autos é possível concluir que existem provas suficientes da existência de crime a ensejar a materialidade do delito e fortes indícios de que a autuada realmente tenha praticado o crime que lhe foi atribuído... Desta forma, a liberdade da autuada, neste momento, se mostra temerária e a prisão preventiva oportuna, ressaltando-se as circunstâncias e a gravidade concreta dos fatos narrados no APFD, considerando a natureza do delito, se tratando de crime gravíssimo, bem como a periculosidade da autuada, demonstrando que seu comportamento criminoso coloca em risco a ordem pública e a sociedade e que uma vez em liberdade esta poderá voltar a cometer atos da mesma natureza, intimidar testemunhas e se evadir do distrito de culpa, estando evidente, em cognição sumária, o periculum libertatis no caso concreto", determinou a juíza Raquel de Almeida Valinho, que presidiu a sessão.

Raquel foi detida pela Polícia Militar após ser encontrada no local de trabalho com uma faca e uma caixa de fósforo. Ela tinha queimaduras na canela, nas coxas, nos pés, além de feridas nas mãos e de cabelos chamuscados.

Apesar de ter sido autuada em flagrante pela Polícia Civil, foi encaminhada para o Hospital Evangélico de Itapemirim sob escolta para tratar os ferimentos e ser transferida para o sistema penitenciário depois de liberação médica. A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) foi demandada para saber se Raquel já deu entrada no sistema prisional, mas até o momento o nome dela não consta entre os detentos.

Motivação

Segundo o delegado Edson Lopes Júnior, titular da Delegacia de Polícia de Itapemirim, a suspeita arrombou a porta e quebrou as janelas para entrar no imóvel e cometer o crime. "O Ademilson teria descoberto que ela era portadora de HIV e terminou com ela. E ela alega que, por motivos de ciúme, por não aceitar o término do relacionamento, teria ido lá e praticado esse bárbaro ato."

Outro que presenciou o incêndio, foi o vizinho das vítimas, o comerciante Arildo Ventura. Ele contou à repórter Isabelle Oliveira, da TV Gazeta, que o fato aconteceu por volta das 23h40. Ele disse que ouviu gritos, foi até a residência e viu muito fogo. Para ajudar pai e filho, arrombou o portão, quebrou a porta e socorreu o homem que já estava no banheiro, aparentando estado bem grave.

Vizinhos relataram à reportagem que outra criança pulou o muro de trás da casa para socorrer Ângelo, levado, mais tarde, pelo avô para o hospital. Já o pai do garoto foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu/192). 

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