Baleado pelo próprio filho em Vitória na última segunda-feira (29), o corretor Altamares de Freitas, de 80 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu nesta quarta-feira (1º). A informação foi confirmada pela filha dele à TV Gazeta. Desde o episódio, ocorrido no bairro Bento Ferreira, ele estava internado em estado grave no Hospital Estadual de Urgência e Emergência, na Capital.
O idoso levou tiros em frente à própria casa e ficou ferido nas costas e na perna. O filho dele, Hedder Bollivar de Freitas, de 43 anos, foi quem realizou os disparos. Testemunhas contaram que o policial rodoviário aposentado atirou da calçada, após parar o carro e buzinar em frente à residência do pai.
Segundo a Polícia Militar, o crime aconteceu por volta das 22h, na Avenida Joubert de Barros. A corporação informou que Hedder efetuou cinco disparos – quatro acertaram a vítima. Conforme apurado pela TV Gazeta, o idoso teria dito aos policiais que o crime tinha sido cometido pelo filho.
"Ele falou que foi o filho que fez isso, mas que não queria que fizessem nada contra ele, porque ele tem problema. Todo mundo aqui sabe que o filho é aposentado por problemas psicológicos e uso de drogas. Ele também não tinha um bom convívio com o pai", disse um servidor público no local do crime.
Na tarde desta quarta-feira, após a confirmação da morte do corretor de imóveis, o presidente da Associação dos Moradores de Bento Ferreira, Carlos Zaganelli, disse à TV Gazeta que Altamares era querido na região. "Ele era um morador tradicional do nosso bairro, uma pessoa que dialogava com todo mundo e nunca deu qualquer problema. Os moradores mais antigos o tinham como uma referência de pessoa alegre", informou.
De acordo com o representante, o crime surpreendeu os moradores. "Estamos assustadíssimos e lamentamos a fatalidade. Vamos cobrar providências da Polícia Civil e do Estado, porque tivemos relatos de demora na chegada do Samu. A comunidade quer informações esclarecidas", afirmou.
Na noite do crime, a ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou por volta das 22h30 e os primeiros atendimentos foram prestados na calçada, com o idoso consciente. O carro usado pelo filho dele foi encontrado aberto e sem as chaves, no bairro Enseada do Suá, em Vitória.
No dia seguinte, o policial aposentado Hedder Bollivar de Freitas foi detido após um cerco do Batalhão de Missões Especiais (BME), feito no edifício onde ele morava, na Praia da Costa, em Vila Velha. Ele estava armado, dentro do apartamento, e tinha discutido com pessoas que faziam manutenção no edifício.
Após ser preso em flagrante, o filho teve a prisão preventiva decretada pela Justiça nesta quarta-feira (1º). De acordo com a decisão, ele será levado para o Hospital Estadual de Atenção Clínica para receber atendimento psiquiátrico e, depois, será encaminhado para a Penitenciária de Segurança Média.
Em depoimentos prestados à Polícia Civil, familiares revelaram que o crime pode ter sido motivado por uma internação compulsória. O corretor Altamares de Freitas teria obrigado o filho a se internar em uma clínica devido ao vício em drogas. Desde então, Hedder dizia que faria algo contra o idoso.
Em nota, a Polícia Civil informou que o corpo foi encaminhado para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória para ser necropsiado e, depois, liberado por familiares. O caso segue sob investigação da Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória.
Em nota enviada no final da tarde desta quarta-feira (1º), a Polícia Rodoviária Federal do Espírito Santo (PRF-ES) lamentou profundamente os fatos envolvendo o policial aposentado Hedder Bollivar de Freitas. De acordo com a corporação, ele foi investido na função em 2005 e aposentado por invalidez em setembro de 2018.
"No ato da aposentadoria, foram recolhidas a pistola e as munições disponibilizadas pela instituição e suspenso o porte funcional para arma de fogo", garantiu. A PRF também afirmou que prestou as informações solicitadas pela DHPP e continuará colaborando com o inquérito policial aberto pela Polícia Judiciária.
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