Morte, tiros de borracha, confusão e protesto em Central Carapina, na Serra, marcaram a tarde desta sexta-feira (28). Um homem que passava de moto no local, identificado pela família como Everton dos Santos Silva, de 28 anos, foi baleado por um policial militar e morreu no meio da rua. Moradores revoltados com a morte, lançaram pedras em direção aos militares, que revidaram com tiros de bala de borracha e gás de pimenta para dispersá-los.
À reportagem da TV Gazeta, o líder comunitário do bairro, Jeferson Barbosa, disse que a vítima do disparo era um trabalhador, que não estava envolvido com a criminalidade e que estava passando de moto quando a polícia teria atirado. Jeferson também é dono de uma empresa de material de construção e disse que a vítima era funcionário dele.
No local, visivelmente desesperado, o irmão do rapaz baleado afirmou que estava no trabalho quando recebeu a informação da morte. "Vim para cá e os policiais não queriam deixar eu chegar perto do corpo dele, mas é meu direito. Outro policial militar queria colocar o corpo dele em uma viatura e não deixei. Aí fui alvejado sete vezes com bala de borracha. Eu sou trabalhador, não sou bandido. Quero justiça e isso não é a primeira vez que acontece aqui no bairro. Eles querem descontar na população", desabafou.
O Subcomandante do 6ª Batalhão, Major Fahning, questionado em coletiva de imprensa realizada nesta sexta (28), afirmou que o tiro no pescoço do rapaz em Central Carapina não foi intencional e negou que a PM tenha tentado retirar o corpo do local, como denunciado por familiares e moradores. A partir de agora, segundo o major, será aberto um procedimento para apurar a conduta do policial que atirou na vítima. Também de acordo Fahning, toda a ação ocasionada na tarde desta sexta (28) teve como ponto de partida uma abordagem habitual da base militar que fica instalada no bairro.
"A questão do tiro na nuca dá a entender que os cidadãos foram para cima do policial. Quanto a retirar o corpo do local, ocorre porque geralmente a população vai para cima e a PM precisa isolar a região para que a perícia seja feita. Certas vezes o cidadão quer retirar o corpo. A Polícia Militar não poderia retirar o corpo de lá", disse o major.
Quanto aos tiros de bala de borracha, o major ressaltou que cabe à polícia tomar as medidas necessárias para conter a situação. "Atuamos assim até para isolar o local onde o corpo estava caído, então a PM faz uso de equipamentos de menor potencial ofensivo, para garantir a ordem", disse.
Para garantir a circulação de moradores depois da ocorrência desta sexta-feira, o major garantiu que existem pontos de policiamento nas entradas do bairro e disse que os ônibus poderão entrar no local normalmente.
A Polícia Civil também foi demandada, mas informou apenas que a ocorrência está em andamento no plantão vigente do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Assim que novos retornos forem dados, essa reportagem será atualizada.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que, por volta das 18h10 desta sexta (28), uma manifestação foi realizada no km 269 da BR 101, às proximidades do bairro Central Carapina, com pistas central e lateral, no sentido Vitória, interditadas por populares.
Segundo a PRF, um ônibus do sistema Transcol teve problemas mecânicos no mesmo trecho da BR 101 em que aconteceu o protesto. Ainda de acordo com a PRF, informações preliminares dão conta de que houve vandalismo. Imagens enviadas por leitores de A Gazeta mostram os vidros do coletivo quebrados.
A Eco101 informou que um guincho foi solicitado para a retirada do ônibus do local. A pista foi liberada pouco antes de 19h45. A GVBus foi procurada para saber o que aconteceu no local e se algum passageiro ficou ferido. Assim que uma reposta for enviada o material será atualizado.
Às 20h05, a Polícia Rodoviária Federal informou que não havia qualquer interdição no km 269 da BR 101.
A PRF comunicou sobre o fim do protesto. O texto foi atualizado.
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