A morte de Kevinn Belo Tomé da Silva, jovem de 16 anos que esperou durante quatro horas por atendimento dentro de uma ambulância aguardando para ocupar vaga em um hospital de Vila Velha, completou um ano no domingo (30). O tempo passou e a família lamenta a morte do adolescente, reforçando o pedido de investigação. Um ano após o ocorrido, a Polícia Civil informou nesta semana que a Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) do município ainda segue investigando o caso.
O adolescente morreu no dia 30 de abril após uma espera de aproximadamente quatro horas por um leito de UTI no Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha. De acordo com parentes, Kevinn estava internado em Cachoeiro de Itapemirim havia pelo menos três dias.
A transferência aconteceu na noite do dia 29 de abril, quando uma vaga já estava reservada para atendê-lo na Grande Vitória. No trajeto entre a cidade onde morava e Vila Velha, o adolescente teve duas paradas cardíacas. A terceira parada cardíaca foi registrada quando ele já estava em frente ao hospital, dentro da ambulância.
Em nota enviada horas após a morte, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) afirmou que a direção do hospital lamentou o falecimento do adolescente e que havia registrado um boletim de ocorrência contra o que considerou "flagrante negligência médica por parte dos profissionais". A posição foi reforçada por Nésio Fernandes, que, na ocasião, ocupava o cargo de secretário de Estado da Saúde.
De acordo com uma tia do adolescente, Clayde Belo, a mãe de Kevinn perdeu o ânimo para trabalhar e todos sentem saudade. Em entrevista à repórter Alice Sousa, da TV Gazeta, a mulher e um primo do adolescente pediram respostas para o caso.
Clayde Belo ainda questionou a apuração do caso e afirmou que a família "precisa de uma resposta". "A gente quer saber qual o prazo [da investigação]. Pelo menos uma resposta parcial", afirmou.
Um primo do adolescente reforça o pedido de resposta: "A gente não tem resposta de nada. Não sabemos nem se o caso foi arquivado", disse Kalleb Belo.
A Polícia Civil informou que o caso segue sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha para esclarecer os fatos com precisão. Outras informações não serão passadas, segundo a polícia, para não interferir na apuração do fato.
"Todas as medidas legais foram adotadas e estão tramitando dentro do prazo legal", informou em nota.
A direção do Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba) informou que as médicas envolvidas no caso permanecem afastadas.
O hospital ainda detalhou que implantou um protocolo para casos graves, no qual as crianças ao chegaram são classificadas quanto ao risco e passam obrigatoriamente por avaliação médica.
"Foram designados, ainda, dois gerentes noturnos, que revezam e são responsáveis por decisões críticas no período noturno. Além disso, a cada três meses são feitos simulados para testagem do protocolo", informou em nota.
A direção do Himaba ainda afirmou que segue trabalhando por melhorias constantes no atendimento ao usuário.
Em nota enviada à TV Gazeta, a defesa das duas médicas informou que as profissionais continuam colaborando com as investigações.
O Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo foi procurado pela TV Gazeta, mas informou que não pode se pronunciar sobre o caso, uma vez que a apuração corre em segredo de Justiça.
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