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Morte em Andorinhas: versão da família não é suficiente para afastar policiais

Morte em Andorinhas: versão da família não é suficiente para afastar policiais

Afirmação é da Corregedoria da PM, que investiga a morte de Gabriel Ferreira, durante abordagem policial, em Vitória

Publicado em 17 de dezembro de 2019 às 21:27

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Gabriel foi morto por policiais militares durante um ação em Andorinhas, Vitória. (Reprodução/ TV Gazeta)

A denúncia da família de Gabriel Ferreira, de que o jovem foi executado pela polícia em Andorinhas, mesmo após ter se rendido, não é forte o suficiente para determinar o afastamento dos militares envolvidos na ocorrência, segundo a Corregedoria da PM. Até o momento, sem a finalização da investigação, a corporação não vê motivos para retirar os policiais da rua. 

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Para nós, do jeito que está relatado, como os fatos estão apresentados, não há motivos para afastamento. A versão por si só não é suficiente. Nós precisamos primeiro apurar, identificar acertos e erros. Não caberia a gente prejulgar nosso policial. Por isso, eles continuam na rua, trabalhando

Tenente coronel Pires
Corregedor adjunto
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Gabriel foi morto no último sábado, durante abordagem da PM em Andorinhas, em Vitória. Inicialmente, quatro militares estariam no momento em que os disparos contra Gabriel foram efetuados. A polícia apura quantos tiros foram disparados e por quantos policiais. Os envolvidos na ocorrência ainda não foram ouvidos formalmente.

"Temos as informações preliminares, do boletim de ocorrência, mas eles serão ouvidos novamente, assim como outros policiais que chegaram depois. A gente pede que se alguém da família, vizinhos, testemunhas, tenham vídeos, imagens ou queiram prestar depoimento com uma outra versão dos fatos, que procurem a Corregedoria para colaborar nessa investigação", declarou.

Na última segunda-feira (16) a Corregedoria instaurou inquérito militar para apurar o caso. A investigação tem duração de 40 dias com possível prorrogação de mais de 20 dias. 

DUAS VERSÕES 

Segundo a Polícia Militar, uma equipe se deparou com Gabriel em um beco durante uma abordagem no bairro Andorinhas, no último sábado (14). Ao ver a polícia, Gabriel apontou uma arma e os policias revidaram, atirando. Segundo os militares, a equipe tentou socorrer o jovem, o levando para o hospital, mas foi impedida por moradores. Gabriel morreu.

O número dos disparos e quantos policiais atiraram contra Gabriel ainda está sendo investigado pela polícia.  Um revólver calibre 38, que estaria com o jovem,  foi recolhido pela polícia. Além disso, foram encontradas drogas com o rapaz, segundo a PM.

Amanda Ferreira, irmã de Gabriel, morto pela PM no último sábado (14). (Iara Diniz)

Já a família de Gabriel diz que o jovem se rendeu ao ser abordado pela polícia. Ele chegou a colocar as mãos na cabeça e a se ajoelhar, mesmo assim, a PM atirou contra Gabriel.

"Meu irmão confiava tanto na polícia, que se ajoelhou quando foi abordado. Ele não imaginava que seria assassinado, que fariam essa covardia com ele", disse a irmã de Gabriel, Amanda Ferreira, 23 anos. 

PROTESTOS

Logo após a morte de Gabriel, moradores de Andorinhas iniciaram protestos no bairro. Eles fecharam as ruas e queimaram pneus. Na noite da última segunda-feira, um novo protesto foi realizado na Ponte da Passagem, em Vitória. Moradores do bairro interditaram as pistas por aproximadamente quatro horas.

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Com cartazes, eles pediam por justiça pela morte do jovem e um posicionamento da polícia. "A gente não vai parar enquanto não tiver uma resposta da polícia. Meu irmão é inocente, ele foi assassinado", reforçou Amanda.

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