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Morte em parque: brinquedo não seguia normas de segurança para funcionar

Morte em parque: brinquedo não seguia normas de segurança para funcionar

Para a perícia, o brinquedo conhecido como "Surf", de onde mãe e filha caíram, não poderia funcionar porque não atendia as normas básicas de segurança. O dono do parque e o operador de máquinas foram autuados por homicídio

Publicado em 2 de março de 2020 às 13:32

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Brinquedo onde professora morreu. (Reprodução / TV Gazeta)

Polícia Civil divulgou nesta segunda-feira (02) o laudo da perícia criminal referente ao parque em Itaipava, Itapemirim, onde morreu a professora Mirian de Oliveira Alves, de 38 anos, e deixou a filha dela, Maria Alice Poubel, de 8 anos, gravemente ferida. Para a perícia, o brinquedo conhecido como "Surf", de onde mãe e filha caíram, não poderia funcionar porque não atendia as normas básicas de segurança. 

No dia do crime, peritos criminais do Sul do Estado trabalharam no local colhendo as informações iniciais. Como eram necessários exames mais complexos, uma equipe de Vitória fez uma segunda perícia no dia 10 de fevereiro. De acordo com o perito Temístocles Macedo, a ideia era saber quais fatos importantes poderiam ter evitado o acidente. 

A professora e morreu a professora Mirian de Oliveira Alves morreu na hora. (Reprodução | Facebook)

"ESSAS VIDAS PODERIAM TER SIDO RESGUARDADAS", DIZ PERITO

"Fizemos alguns testes com o equipamento e verificamos uma série de irregularidades de segurança que mostram que o brinquedo não atendia à norma técnica para que os usuários não fiquem à mercê de riscos.  Essas vidas poderiam ter sido resguardadas. O equipamento deveria ser preparado para ser capaz de evitar, inclusive, falhas humanas", afirmou o perito. 

IRREGULARIDADES ENCONTRADAS NO BRINQUEDO:

  • Não foi identificado pela perícia um procedimento operacional padrão.
  • Faltava documentação de manual e funcionamento.
  • Não havia nenhuma especificação de idade e peso permitido para usar o brinquedo.
  • Não havia sistema de proteção individual, como cinto de segurança.
  • As chaves responsáveis por parar ou fazer funcionar o brinquedo eram muito parecidas, o que pode dificultar ou confundir uma operação de segurança em um momento de pânico.
  • Não existia sistema de parada de emergência.
  • Não havia área sinalizando espaço restritivo ao movimento do equipamento. 
  • Faltava planejamento operacional e histórico de treinamentos aos funcionários. 

PROPRIETÁRIO E  FUNCIONÁRIO AUTUADOS POR HOMICÍDIO

O laudo da perícia técnica foi encaminhado ao delegado Thiago Viana, plantonista da Delegacia Regional de Itapemirim, que concluiu o inquérito. O dono do parque, Norimarcos Márcio Matias, de 50 anos, e o operador de máquinas Alessandro Martins, 23,  foram autuados por homicídio culposo qualificado, além de outros crimes. 

"O inquérito foi concluído, com o indiciamento do proprietário do parque por homicídio culposo qualificado, lesão corporal culposa e exercício ilegal da profissão; e do operador do equipamento, por homicídio culposo qualificado e lesão corporal culposa. Ambos foram presos em flagrante na data do fato, e liberados em audiência de custódia para responderem ao processo em liberdade", afirmou a PC, por nota.

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