O acidente na tirolesa do Morro do Moreno, em Vila Velha, que resultou na morte do engenheiro civil João Paulo dos Reis, 47 anos, completou 1 ano neste domingo (1º). Apesar do tempo, o caso ainda segue sem respostas. João morreu após colidir com uma estrutura da segunda plataforma enquanto fazia a descida na atração.
A vítima estava na tirolesa, acompanhada pela filha, na época com 14 anos, e uma amiga dela. As duas desceram primeiro, sendo seguidas por João, que bateu nos primeiros 100 metros da atração. Momentos antes da descida, em um vídeo filmado por ele mesmo, é possível vê-lo perguntando a um dos condutores sobre a segurança e o freio da atividade de lazer.
A irmã de João Paulo, Juliana Sampaio dos Reis, diz que, mesmo depois de 1 ano, segue com mais perguntas do que respostas. De acordo com ela, a família segue em contato com a Polícia Civil, questionando sobre o resultado da perícia realizada nos equipamentos que eram usados pela vítima no momento do acidente. "A polícia ainda não entregou o laudo técnico. A gente sabe que teve muitos erros. Tem muitos erros ali".
A irmã também questiona a questão da segurança no local. "Ali você só tinha um freio e o freio era comandado por uma pessoa. Então você está assumindo a responsabilidade de incorrer num erro. Se você for ver a casinha, são toras de eucalipto de um diâmetro enorme. Você bate ali, na mesma hora acaba. Não tem nenhum anteparo, não tem nenhuma rede. E aí?", ponderou Juliana.
Na época, o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar relatava que um dos responsáveis pela atração retirou os equipamentos de segurança da vítima e teria se recusado a apresentá-los aos policiais. Ele foi identificado como o cabo do Corpo de Bombeiros Geovane Lutes, um dos sócios cotistas da atração, ou seja, que recebe os lucros sem participar da administração.
Três dias depois, o sócio-administrador da tirolesa, Alex Magnato, disse que todo o material foi entregue à perícia da Polícia Civil, e que a empresa estava colaborando com as investigações do caso. Além disso, de acordo com ele, Geovane teria chegado ao local e socorrido a vítima antes da chegada do Corpo de Bombeiros.
Alex Magnato é o único dos sócios da empresa responsável pela gestão da tirolesa que fala sobre o assunto. Ele também continua acompanhando o caso e aguarda o resultado da perícia para saber qual foi a falha que provocou o acidente. Além dele e de Geovane, Marloyllner Fernandes, também cabo do Corpo de Bombeiros, fazia parte da sociedade na empresa.
"A nossa equipe, a nossa advogada, ela procurou sim o delegado e ele disse que a perícia ainda está em andamento, que teria contratado uma equipe especializada para esse tipo de perícia mais apurada do fato. Então, a gente realmente, independente de tudo que aconteceu, a gente quer saber, quer explicações", informou Alex à TV Gazeta.
Desde então, a atração segue fechada ao público. Em nota enviada para a TV Gazeta, a Polícia Civil disse que o inquérito policial segue em andamento na Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, e que ainda não há detalhes que possam ser divulgados.
Já o Corpo de Bombeiros, também por meio de nota, informou que o procedimento administrativo disciplinar encontra-se em andamento na corregedoria e ainda não há detalhes que possam ser divulgados.
João Paulo deixou a esposa, um filho e uma filha, que seguem abalados com o caso mesmo depois de um ano. Outros familiares como os pais e a irmã continuam em busca de respostas e justiça. De acordo com Juliana, a família não quer que a atração faça novas vítimas.
Com informações de Aurélio de Freitas, da TV Gazeta
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