As investigações da morte do vidraceiro Gedeir Wilker Rodrigues, de 31 anos, no último domingo (6), em Jardim Carapina, na Serra, foram concluídas pela Polícia Civil, nesta quinta-feira (10). No dia do crime, o caso foi tratado como assassinato, já que Gedeir foi encontrado morto com um golpe de faca perto do pescoço, mas, de acordo com o delegado Rodrigo Sandi Mori, após diligências e oitiva do caso foi concluído que o autor dos fatos agiu em legítima defesa.
O delegado afirmou ainda que o autor da facada, um homem de 31 anos, trabalha e nunca teve problema com a polícia, contrariamente da vítima. No dia dos fatos, a vítima saiu do forró e foi até a residência do autor querendo arrumar confusão. Chegando lá ele deu tapa no peito do tio do autor, chegou a forçar o portão para entrar na residência do autor. A todo o momento o homem pedia para a vítima ir embora, já que a vítima estava bêbada e que ninguém queria confusão no local, explicou o titular da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra.
Segundo a polícia, as pessoas que estavam ao redor, tanto no quintal quanto na rua, viram a cena e ouviram o momento em que Gedeir deixou o local dizendo que voltaria armado para matar todos que ali estavam, mesmo o dono da casa pedindo calma e tentando evitar qualquer confusão em seu quintal. Às 4 horas, Gedeir retornou até a casa.
Com receio de ser morto e para se defender, o autor pegou uma faca e colocou na cintura temendo por sua família e por sua própria vida. Minutos depois a vítima simulando estar armado e começou a forçar o portão, querendo entrar. O autor pediu novamente para que ele fosse embora, mas ele forçou e conseguiu derrubar o portão. Os dois entraram em luta corporal e deu uma única facada com a intenção de se defender e fazer com que ele parasse, relatou o delegado Rodrigo Sandi Mori, titular da DHPP Serra.
O autor da facada compareceu à delegacia e prestou depoimento. Junto com os relatos das testemunhas, o inquérito policial foi concluído como legitima defesa. O delegado destacou que a atitude do autor comprovou que a intenção não era matar e sim se defender. Foram ouvidas oito pessoas nesse inquérito e todos confirmaram a tese da legítima defesa, disse Sandi Mori.
Para o delegado, a conclusão do inquérito policial mantém o marco histórico de mais de um ano sem homicídios no bairro Jardim Carapina. O resultado foi divulgado em coletiva de imprensa, no dia 1º de dezembro, e ganhou destaque em A Gazeta.
O delegado Rodrigo Sandi Mori frisou que esta morte foi por legítima defesa e não teve relação com o tráfico de drogas. Os crimes contra a vida elucidados anteriormente e divulgados, estavam relacionados, em sua maioria, à rivalidade entre grupos criminosos ligados ao tráfico de drogas.
Como o crime não tem relação com o tráfico, é um tipo de ocorrência que não tem como prever ou evitar. Não se trata de um crime contra a vida relacionado ao tráfico de drogas. Nós já prendemos todas as lideranças das seis organizações criminosas que atuavam em Jardim Carapina, o que trouxe a paz que a comunidade tanto almejou durante anos, finalizou Sandi Mori.
Em versão anterior a reportagem informou que a vítima era ajudante de obras, mas a profissão correta era vidraceiro. O texto foi corrigido.
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