Cinco anos após a colisão que matou o casal Brunielly Oliveira, de 17 anos, e Kelvin Gonçalves dos Santos, de 23 anos, na Terceira Ponte, familiares seguem cobrando por respostas. Os réus, acusados de praticarem um racha no momento do acidente, aguardam pelo julgamento em liberdade, com nova audiência marcada para o dia 1º de julho.
No dia do acidente, o advogado Ivomar Rodrigues Gomes Junior, com 34 anos, conduzia um Audi A1, enquanto o estudante de engenharia Oswaldo Venturini Neto, de 22 anos, dirigia um Toyota Etios. As investigações da Polícia Civil apontaram que os acusados beberam antes de dirigir e praticavam racha quando colidiram com a moto do casal. Apesar disso, a defesa alega que não houve intenção de matar.
Em uma movimentação mais recente, divulgada no sistema PJE (Processo Judicial Eletrônico) em abril deste ano, o juiz responsável pelo caso negou um pedido da defesa que solicitava a suspensão do processo até o término das diligências de contraprova.
Na ocasião, a defesa de Ivomar Rodrigues Gomes Junior protocolou petições com nove requerimentos, solicitando algumas mudanças como a substituição de uma das testemunhas e a disponibilização de todos os elementos do corpo de delito pela Polícia Civil.
O pedido de suspensão foi negado pelo juiz que, entre outros tópicos, apontou que a oitiva das testemunhas restantes e o interrogatório dos réus, próxima etapa do processo, não dependem do cumprimento dos requerimentos da defesa.
“[...] Muitas diligências foram realizadas ao longo da instrução a fim de elucidar com precisão a real dinâmica do crime, sempre atendendo aos requerimentos formulados pelas partes visando a garantia da busca pela verdade real dos fatos. Salta aos olhos, no entanto, que alguns requerimentos formulados pela defesa do réu Ivomar, em especial na presente fase processual, acabam por desacelerar a marcha do processo, afigurando-se como obstáculo à conclusão da instrução probatória que se arrasta desde o ano de 2019”, diz um trecho da decisão.
A próxima audiência referente ao caso está marcada para o dia 1º de julho de 2024. Em abril deste ano, o juiz informou que resta agora a oitiva de uma testemunha de defesa e o interrogatório dos acusados para o fim da instrução processual - fase na qual as provas e depoimentos das partes são coletados.
Outra audiência para oitiva de testemunha e interrogatório dos acusados tinha sido marcada para o dia 7 de junho de 2023, mas, de acordo com o relatório do juiz responsável, foi cancelada após a defesa de Ivomar apresentar, às vésperas da data, duas petições com 35 páginas de requerimentos. Segundo o juiz, na época, a audiência precisou ser suspensa “diante da ausência de tempo hábil para manifestação das partes e garantia do contraditório”.
Nessa quarta-feira (22), quando a morte do casal completou exatos cinco anos, a mãe de Brunielly, Jucélia Carolina Alves Oliveira, publicou um vídeo nas redes sociais cobrando respostas para o caso.
Por meio de nota, as defesas dos dois acusados se manifestaram sobre o caso. O advogado de Ivomar pontuou que o cliente responde em liberdade, pois nunca teve qualquer outro envolvimento em crimes. “A defesa lamenta profundamente o ocorrido, mas insiste que nunca houve intenção de causar a morte do casal”.
Já a defesa do estudante Oswaldo Venturini, representada pelo advogado Ludgero Liberato, informou que o cliente “continuará a contribuir para a elucidação dos fatos, interesse maior de todos, e que continuará à disposição do Poder Judiciário”.
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