Um motorista de aplicativo, de 32 anos, foi detido em Vitória, nesta quarta-feira (14), após usar uma máscara com a foto do irmão para burlar o sistema de segurança da empresa para a qual presta o serviço. O caso começou a ser investigado depois que uma moradora da Mata da Praia viu o suspeito realizando a fraude. Ela gravou um vídeo com o flagra (veja acima) e acionou as autoridades na madrugada do último domingo (11).
De acordo a Guarda Municipal da Capital, o homem disse que tinha tido o cadastro suspenso no app. Por isso, ele começou a realizar as corridas pelo cadastro do irmão. Como o aplicativo obriga que o motorista mande foto do rosto em tempo real por segurança, ele teve a ideia de usar uma máscara com a foto do parente impressa.
"A gente sabe que esse aplicativo tem umas situações de segurança nas quais você consegue saber quem é o motorista que está dirigindo. Por meio dessa máscara, ele conseguiu burlar o sistema com a foto do rosto do irmão", ressaltou Fábio Rebello Alves, comandante da Guarda Municipal.
Apesar de confessar a fraude, o motorista não quis dizer há quanto tempo estava aplicando o golpe nem o porquê foi suspenso da plataforma.
Segundo o comandante, o vídeo que mostra o homem usando a máscara foi gravado pela câmera traseira do veículo da moradora, que estava estacionado na Mata da Praia. "Ela visualizou esse indivíduo dentro do carro fazendo uma selfie com uma máscara e se assustou, achou que estava sendo perseguida por algum criminoso", disse.
Após flagrar a situação, a mulher denunciou o caso, que começou a ser investigado. "Recebemos a informação dessa ocorrência e começamos a fazer análises do veículo, de onde ele trafegava. Nesta quarta-feira (14), a gente fez a abordagem na Avenida Leitão da Silva, na altura do bairro Enseada do Suá", afirmou Rebello.
No momento da prisão, o homem estava com uma passageira no veículo, que foi liberada. No carro, de acordo com a Guarda Municipal, havia a máscara, uma bucha de haxixe, dois celulares e dinheiro.
De acordo com a Polícia Civil, "o suspeito foi encaminhado ao Segundo Distrito Policial, onde assinou um termo circunstanciado por posse de drogas para uso próprio, e foi liberado". "Durante o atendimento da ocorrência, não foi possível constatar qualquer outro crime. O aplicativo para o qual ele presta serviço será notificado", disse a corporação.
Procurada, a Uber afirmou que "segurança é prioridade e a empresa está sempre buscando, por meio da tecnologia, fazer da própria plataforma a mais segura possível por meio de ferramentas que atuam antes, durante e depois de cada viagem" (veja nota na íntegra abaixo).
No entanto, a Uber não respondeu aos questionamentos feitos pela reportagem de A Gazeta sobre há quanto tempo o suspeito estava cadastrado na plataforma e por qual motivo ele tinha sido suspenso.
"Levamos esse tipo de denúncia sempre muito a sério. Segurança é prioridade para a Uber e a empresa está sempre buscando, por meio da tecnologia, fazer da sua plataforma a mais segura possível, de uma forma escalável, por meio de ferramentas de segurança que atuam antes, durante e depois de cada viagem.
No caso de potencial fraude, a Uber se coloca totalmente à disposição para colaborar com autoridades no curso das investigações, observando a legislação brasileira aplicável. Os esquemas de fraude estão em constante evolução e é por isso que a Uber está comprometida em atualizar e fortalecer seus processos internos para se proteger deles.
Nossas equipes de detecção de fraudes usam análises manuais e sistemas automatizados de aprendizado que analisam mais de 600 tipos de sinais diferentes à procura de comportamento fraudulento. Estamos constantemente implementando novos processos e tecnologias para evitar fraudes e aprimoramos o treinamento dos nossos agentes, enquanto seguimos trabalhando para ficar à frente dos golpes mais recentes."
Depois de ter sido acionada pela reportagem, a Uber enviou uma nota sobre o caso, no final da tarde desta quarta-feira (14). O texto foi atualizado.
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