A corretora de imóveis Adriana Felisberto Pereira, 33 anos, que atropelou e matou a modelo Luísa Lopes, de 25 anos, no dia 15 de abril, na orla de Camburi, em Vitória, foi indiciada pela Polícia Civil. As investigações foram encerradas nesta quarta-feira (5) e concluíram que Adriana ingeriu bebidas alcoólicas antes de dirigir. Pelo crime doloso qualificado, ela pode pegar de 12 a 30 anos de prisão.
Nas investigações, a polícia buscou imagens de dois bares por onde Adriana passou (veja abaixo). Ficou comprovado que a corretora consumiu copos de cerveja e doses de vodca com uma familiar.
Primeiro, por volta das 17h, ela parou em um bar em Jardim Camburi, onde ficou por 45 minutos. No local, consumiu dois caranguejos e alegou para a polícia ter consumido água. No entanto, a comanda do bar mostra dois caranguejos e duas cervejas de marcas diferentes, e não água.
Depois, foi para um bar no Triângulo das Bermudas, na Praia do Canto, onde ficou por 1h40. Câmeras de segurança do bar do Triângulo mostraram Adriana pegando uma garrafa de cerveja. É possível ainda ver que ela coloca a cerveja no copo dela e consome. Ao todo, segundo a polícia, ela levou o copo à boca durante 23 vezes.
Posteriormente, ainda de acordo com a polícia, ela fez ingestão de outra bebida, vodca. A comanda mostra que a vodca foi paga por um indivíduo da mesa ao lado de Adriana. A análise mostrou que a Adriana levou o copo de vodca 20 vezes à boca em 1h22. O homem que serve a vodca levou, pelo menos, quatro copos da bebida para a condutora do veículo. Segundo o delegado, tanto o individuo oferece, como ela pede mais a ele. O último copo foi servido cerca de 10 minutos antes do atropelamento ocorrer na Avenida Dante Michelini.
O titular da Delegacia de Delitos de Trânsito (DDT), delegado Mauricio Gonçalves, destacou o desprezo de Adriana pela vida de Luísa Lopes. "Verifica-se que a conduta da motorista é de preocupação nenhuma com o que aconteceu e com o resultado que ela produziu. Ela menosprezou a vítima", afirmou.
Adriana Felisberto Pereira segue em liberdade. Mas a polícia adiantou, na coletiva, que vai pedir a prisão dela à Justiça.
Uma análise preliminar realizada pela Secretaria Municipal de Segurança Urbana (Semsu), da Prefeitura de Vitória, do momento do acidente apontou que a jovem atravessava a via de bicicleta fora da faixa de pedestres e o semáforo estava aberto para os motoristas quando a tragédia aconteceu.
As investigações da Polícia Civil mostraram que Luísa Lopes estava, sim, na faixa de pedestres e só se afastou quando percebeu que o veículo se aproximava dela em alta velocidade. O impacto ocorreu fora da faixa, de acordo com o inquérito, e o veículo da corretora de imóveis estava em uma velocidade superior a 72 km/h, acima do limite permitido na via (60 km/h). A colisão fez a modelo ser lançada a 40 metros de distância.
A modelo Luísa Lopes morreu após ser atropelada na Avenida Dante Michelini, na altura do bairro Jardim da Penha, em Vitória. O acidente aconteceu na noite de 15 de abril de 2022. O carro que atingiu a ciclista seria dirigido pela corretora Adriana Felisberto Pereira, de 33 anos.
Na data do atropelamento, a motorista foi presa em flagrante por embriaguez ao volante. Segundo a Polícia Militar, ela apresentava sinais de embriaguez e se negou a fazer o teste do bafômetro. No dia seguinte, ela pagou uma fiança de R$ 3 mil e deixou a prisão, mas deve obedecer algumas medidas restritivas.
Para conceder a liberdade provisória, o magistrado José Leão Ferreira Souto considerou a ausência de antecedentes criminais e a própria autuação. Na decisão, o juiz destacou que policiais afirmaram ter recebido, no local do acidente, a informação de que outro carro teria atropelado a modelo. A Polícia Civil descartou essa hipótese no inquérito policial e disse que as marcas de batida no carro da corretora ocorreram antes do acidente.
No dia 19 de abril, A Gazeta teve acesso a imagens de videomonitoramento da Prefeitura de Vitória que mostram o momento do acidente.
Dias após Adriana ser solta, amigos e familiares da Luísa Lopes fizeram um protesto para pedir por Justiça. Durante o ato, os manifestantes seguraram cartazes, pintaram parte do asfalto de vermelho e penduraram uma bicicleta no poste para chamar atenção para a morte da modelo.
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