O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), ofereceu denúncia contra Cleilton Santana dos Santos, acusado de matar a ex-namorada grávida Íris Rocha de Souza, em janeiro deste ano, no município de Alfredo Chaves, no Sul do Espírito Santo. O órgão pede a condenação do denunciado por "feminicídio praticado por motivo torpe, com recurso que dificultou a defesa da vítima e com emprego de arma de fogo de uso restrito, além de provocar aborto sem o consentimento da gestante".
Íris Rocha, que tinha 30 anos, foi encontrada morta em uma estrada de chão em Alfredo Chaves no dia 11 de janeiro. Ela estava com perfurações na região do tórax e o corpo coberto de cal, para ocultar a localização, disfarçar o odor e agilizar o processo de decomposição. Os familiares só ficaram sabendo do caso quatro dias depois, quando foram reconhecer o corpo no Serviço Médico Legal (SML) de Cachoeiro de Itapemirim. A vítima estava grávida de oito meses, de uma menina que se chamaria Rebeca.
Segundo as investigações da Delegacia de Alfredo Chaves, no dia 10 de janeiro o suspeito foi visto buscando a enfermeira no local de trabalho dela, e, a partir desse momento, amigos e familiares perderam o contato com a vítima. No dia 11 de janeiro, moradores relataram indícios de sangue na estrada próxima à região de Carolina, levando a equipe policial ao local onde o corpo de Íris Rocha foi encontrado, a uma distância de, aproximadamente, um metro da estrada.
No dia 18 de janeiro, Cleilton foi preso em Viana. Em março deste ano, a Polícia Civil informou ter concluído as investigações do caso. De acordo com a corporação, um dos pontos investigados como motivação do crime era o fato do ex-namorado ter dúvidas sobre a paternidade do filho que a vítima esperava, mas resultados do exame de DNA comprovaram que ele era o pai de Rebeca.
No dia 5 de outubro de 2023, Íris registrou um boletim de ocorrência relatando que havia sofrido agressão do então namorado, Cleilton, preso nesta quinta-feira. À época, eles estavam juntos havia cinco meses, e a enfermeira estava grávida de 15 semanas. Ela relatou que os dois estavam conversando quando o homem deu um golpe de "mata-leão". A vítima chegou a desmaiar.
Quando recuperou os sentidos, ela estava com o nariz sangrando e tossindo. O próprio agressor teria dado banho na enfermeira, que depois foi trabalhar. Ao contar o que aconteceu para uma colega, Íris foi incentivada a registrar o boletim de ocorrência. Na ocasião, ela solicitou medida protetiva.
A enfermeira fazia mestrado na área de Ciências Fisiológicas da Ufes, e atuava como pesquisadora no Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam), na Capital. Conforme explicou a instituição, ela coordenava o estudo CV-Genes, que avalia o impacto do componente genético como fator de risco para doença cardiovascular aterosclerótica no Brasil.
Além da bebê que esperava, Íris deixou um filho de 8 anos. Durante o velório no Cemitério Jardim da Paz, na Serra, familiares contaram à TV Gazeta que a neném chegou a passar por autópsia e foi recolocada no ventre da mãe, para ser sepultada junto dela.
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