> >
MPES pede laudos e polícia segue investigando morte na Mata da Praia

MPES pede laudos e polícia segue investigando morte na Mata da Praia

Órgão devolveu o inquérito à Polícia Civil e pediu mais diligências, como laudos periciais das armas, do local do crime e dos vídeos referentes ao caso

Publicado em 8 de maio de 2024 às 10:36

Ícone - Tempo de Leitura 4min de leitura
 Manoel de Oliveira Pepino
Manoel de Oliveira Pepino, de 73 anos, morto em uma confusão na Mata da Praia, Vitória. (Redes Sociais)

A morte do aposentado Manoel Oliveira Pepino, de 73 anos, na Mata da Praia, em Vitória, seguirá sendo investigada. O Ministério Público do Espírito Santo solicitou laudos das perícias das armas, local do crime e dos vídeos utilizados na investigação. Como noticiado por A Gazeta na terça-feira (7), a Polícia Civil afirmou que concluiu o inquérito. No entanto, a corporação dará sequência às investigações após o MPES devolver o caso à PC e pedir novas diligências. Veja abaixo a cronologia da investigação.

Segunda-feira (6)

  • Foi noticiado que Luis Hormindo deixou a prisão mediante alvará de soltura expedido na sexta-feira (3). A defesa dele disse que Polícia Civil havia concluído o inquérito e entendido haver legítima defesa, levando ao desindiciamento (cancelamento do indiciamento pelos crimes de homicídio e abuso contra o cão); 
  • A reportagem procurou a Polícia Civil para confirmar se o inquérito havia sido concluído. A corporação enviou nota às 22h05 confirmando a conclusão, disse que havia relatado o fechamento da investigação ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e alegou que demais informações só seriam repassadas em “momento oportuno”.

Terça-feira (7)

  • A reportagem voltou a pedir informações à Polícia Civil sobre o fechamento do inquérito e entrou em contato com o MPES, para saber se o órgão havia recebido a investigação da corporação; 
  • O Ministério Público afirmou para A Gazeta que recebeu o inquérito da Polícia Civil, concordou com a soltura do advogado, mas pediu novas diligências e devolveu o inquérito à corporação. “O inquérito policial seguirá em andamento e, após a conclusão, será novamente encaminhado ao MPES, para análise e adoção das medidas cabíveis”, informou; 
  • A reportagem voltou a procurar a Polícia Civil para saber se o que foi solicitado pelo MPES seria cumprido. A corporação afirmou, em nota, que as dúvidas poderiam se retiradas em uma coletiva de imprensa realizada às 14h30; 
  • Durante a coletiva, a reportagem voltou a questionar a corporação sobre a manifestação do Ministério Público. Na ocasião, o chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, delegado Ramiro Pereira Diniz, respondeu dizendo que o inquérito já estava concluído.

Quarta-feira (8) 

  • Polícia Civil confirma que recebeu a intimação da 1ª Vara Criminal de Vitória pedindo novas diligências às 16h20 de terça-feira (7), cerca de duas horas após o início da coletiva em que a corporação anunciou que o inquérito havia sido concluído. A PC afirma ainda que a Polícia Científica atua na confecção dos laudos solicitados pelo MPES.

Criminalistas explicam inquérito policial

Rômulo Almeida: o inquérito policial é dispensável para a propositura de ação penal. O Ministério Público, após receber o relatório final do delegado, pode, a partir daí, pedir mais informações, denunciar assim mesmo ou arquivar o caso. O MP não está vinculado a decisão do delegado.

Rodrigo Horta: o Ministério Público, como Justiça, não está vinculado ao entendimento do delegado na conclusão do inquérito policial, podendo o MP denunciar pessoa que não haja sido indiciada ou mesmo pedir o arquivamento do inquérito por falta de provas para a denúncia. Dessa forma, o inquérito policial não é condição de procedibilidade da ação penal, mas acompanhará a denúncia sempre que servir de base a ela.

Advogado Luis Hormindo França Costa, de 33 anos, autor do tiro que vitimou o aposentado após discussão por cachorros
Advogado Luis Hormindo França Costa, de 33 anos, autor do tiro que vitimou o aposentado após discussão por cachorros. (Reprodução Instagram|@luiscosta.advogado)

Polícia diz que aposentado atirou primeiro

Manoel não tinha autorização para posse ou porte de arma, segundo a Polícia Civil. Ainda segundo a corporação, o primeiro disparo partiu do aposentado, que estava com um revólver, enquanto o advogado portava uma pistola (ele possui registro de posse e porte).

A PC disse que não é possível afirmar quantos disparos foram realizados no total. Na ocasião do crime, o secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Eugênio Ricas, mencionou que foram mais de 30 tiros.

“A gente conseguiu apurar, após ouvir mais testemunhas, juntar os vídeos registrados pelas câmeras de videomonitoramento da região, que de fato começou uma discussão poque o cachorro estava sem coleira e nessa discussão houve uma troca de ofensas acaloradas. O senhor Manoel, então, entrou em casa, pegou uma arma de fogo que ele possuía ilegalmente e saiu em direção ao Luis. Foi então que se iniciaram os disparos”, explicou o delegado Ramiro Pereira Diniz.

MPES pede laudos e polícia segue investigando morte na Mata da Praia

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais