► Alerta de gatilho | Este conteúdo pode conter detalhes fortes ou sensíveis para algumas pessoas
Mais uma mulher acusa o médico ginecologista Gedison Luis Gonçalves de abuso sexual. O homem foi preso sexta-feira (6) suspeito de assediar pacientes durante consultas em São Mateus, Norte do Espírito Santo. Em conversa com a reportagem de A Gazeta na manhã desta segunda-feira (9), a vítima afirmou que o fato ocorreu em 2019, quando estava grávida de oito meses.
A mulher, que pediu para não ser identificada, afirmou que o abuso ocorreu em uma consulta de pré-natal, em um dia que ela não estava acompanhada do seu ex-marido.
“Eu cheguei no consultório dele e deitei na maca, para fazer o ultrassom do meu filho. Eu estava com oito meses de gravidez. Só que eu sempre ia acompanhada. Ele começou a perguntar da minha libido, se eu tinha orgasmos, e ficou perguntando se eu sabia onde ficava o ponto G, insistindo, isso com a mão dentro de mim”, relata.
Na época, segundo a mulher, a sensação foi de constrangimento e ela diz não ter sabido lidar com a situação. "Fora isso, o medo era muito grande. Em cima da mesa dele tinha um quadro enorme com fotos da família dele... Fiquei com pena da família dele caso algo vazasse. Cheguei a comentar com algumas pessoas, mas todo mundo desacreditava", salienta. Agora, a mulher disse que irá denunciar o médico.
Questionada se o ocorrido teria sido um assédio ou um estupro, a vítima afirmou: “O que ele fez comigo é estupro. Ainda que não tenha provas físicas, quando mais gente [denunciar], melhor para a gente legitimar isso”, acredita.
Na semana passada, outra mulher também relatou ter sofrido abuso por parte do médico. O relato da vítima foi feito em entrevista à repórter Rosi Bredofw, da TV Gazeta Norte. A paciente afirmou que, em uma consulta, Gedison chegou a passar a língua nos seios dela. "Ele tirou a máscara e passou a língua nos meus seios. Eu coloquei o braço nos seios e ele passou a língua nas minhas partes íntimas", contou.
Gedison foi preso na manhã de sexta-feira (6), quando saía de casa para trabalhar, em cumprimento de mandado de prisão preventiva, e foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória de São Mateus (CDPSM). O médico prestou depoimento e negou as acusações. A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) afirmou que ele continuava preso até a manhã desta segunda.
Na sexta, a delegada Gabriella Zaché informou que três mulheres, que não se conhecem, já foram ouvidas pela polícia. Elas contaram que os assédios teriam ocorrido em consultas realizadas entre os anos de 2019 e 2021. Ainda segundo a delegada, os relatos das vítimas são muito semelhantes e o número de mulheres pode aumentar.
A reportagem tentou contato com a delegada nesta segunda, mas não obteve retorno.
O advogado que respondia por Gedison até a semana passada afirmou na manhã desta segunda-feira (9) que deixou o caso.
A reportagem tentou, sem sucesso, localizar os novos responsáveis pela defesa do médico. O texto será atualizado quando um posicionamento for enviado.
Também procurado na manhã desta segunda, o Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) afirmou que vai abrir sindicância para apurar o ocorrido.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta