A promessa de investir dinheiro para receber proventos transformou-se em um grande transtorno para uma moradora de Cariacica. A faxineira diz ter sido enganada por um pastor da Serra, que a convenceu depositar na conta dele R$ 15 mil para que ele fizesse um investimento e, em seis meses, a quantia seria revertida em R$ 60 mil. Para arrecadar o dinheiro, a vítima vendeu todos os móveis de casa. Porém, o pastor sumiu. Traumatizada, ela denunciou o caso à Polícia Civil.
Lucimagna Caetano da Silva contou que soube do pastor Adriano de Souza Carvalho por um conhecido, que fez boas indicações sobre ele. A proposta era tentadora: transformar R$ 10 mil em R$ 60 mil em apenas seis meses. Trabalhando no mesmo emprego como faxineira há dez anos e com o marido pedreiro desempregado, a vítima vendeu os móveis da casa da filha, arrecadando R$ 15 mil.
Em janeiro deste ano, Lucimagna transferiu os 15 mil reais para conta de Adriano, que até chegou a fazer um contrato, onde em uma das cláusulas dizia que não havia garantia de lucro fixo e sim variável de 1% a 4% ao dia.
"A gente foi vendendo tudo dentro de casa pra fazer esse investimento. Ficamos sem nada. Ele falou que era pastor, que a esposa era pastora e que eu não precisava me preocupar porque era tudo seguro. Em nenhum momento eu desconfiei por ser um pastor e a pessoa que me indicou falou que ele era uma pessoa muito boa", lembra.
Mas os meses foram passando e a faxineira não teve nenhum tipo de retorno. Ela chegou a procurar pelo pastor, que por mensagem justificou que os pagamentos estavam em atraso porque ele teve que reformular a empresa, montando um escritório maior. Mas prometeu que o pagamento seria feito.
"Eu pedi o dinheiro de volta várias vezes. Ele disse que depositaria pra mim, mas não cumpriu com o prometido. Depois me deu dois cheques sem fundo e acabou com a minha vida. Porque eu coloquei na Caixa e só então soube que não tinha fundo. Fui parar no hospital e estou tomando calmantes. Nunca passei por isso", lamenta.
Em uma última mensagem para a vítima, o pastor afirmou que, conforme o contrato, ele não devia nada à faxineira. A reportagem foi ao endereço onde o acusado atendia, em Laranjeiras, na Serra, mas o escritório estava fechado. Já na igreja onde ele atuava, em Maringá, também na Serra, a informação foi de que o pastor não é membro do local desde janeiro.
Procurada, a Polícia Civil informou por nota que o caso está sendo investigado pelo 15° Distrito de Polícia de Cariacica e que por enquanto ninguém foi detido. A PC completou que não passará mais detalhes do caso para não atrapalhar nas investigações. Informações podem ser passadas pelo Disque-Denúncia, no número 181, o sigilo é garantido.
A reportagem conversou com o advogado Charles Bonele Gonçalves, que defende o acusado. Ele afirmou que ainda está analisando o caso. Mas garantiu que a intenção do cliente nunca foi aplicar golpes e que as pessoas que se sentiram lesadas serão ressarcidas.
"Por enquanto, o que posso dizer é que em momento algum ele quis causar prejuízos a alguém. Já solicitei algumas documentações a fim de provar que ele não aplicou golpe e amanhã (05) irei à delegacia para saber o que realmente houve. Meu cliente afirma que as especulações são falsas, já que não teve intenção de golpe. Inclusive, ele está disposto a ressarcir todas as pessoas que se sentiram lesadas, caso isso seja provado, mostrando a boa fé dele. Ele não é um golpista, e sim um homem de bem, religioso e que está muito abalado com isso tudo", afirmou.
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