Uma cozinheira de 51 anos procurou a polícia para denunciar o estupro cometido por um motorista de aplicativo, na Serra. De acordo com a mulher, o crime ocorreu no último domingo (2), durante o trajeto de uma corrida solicitada por meio do 99. O motorista foi banido da plataforma.
Segundo apuração da repórter Gabriela Martins, da TV Gazeta, a vítima contou à polícia que solicitou a corrida no bairro Cidade Continental em direção à casa dela. No caminho, o homem insistiu que ela se sentasse no banco da frente e, logo depois, começou a passar as mãos nela. De acordo com a cozinheira, em seguida, o suspeito mudou a rota da corrida e parou em um lugar ermo, onde a estuprou.
"Começou a falar para sentar na frente do carro, que ele queria uma companhia. Aí peguei e sentei. Ele insistiu muito. Às vezes queria conversar e desabafar, né? Aí ele começou a passar a mão na minha perna, no short. Aí falei 'que é isso, para com isso'. Desviei minha perna e ele falou 'fica tranquila, o que que tem'. Ele começou a desviar a rota. Perguntei a ele por que não estava indo para o bairro, e ele falou que a rota estava mandando ele ir para aquele lugar. E parou em um lugar deserto", contou a mulher.
A cozinheira disse ainda que, depois de tudo, o homem se limpou com uma blusa dela, deixou que ela se vestisse e finalizou a corrida. A vítima disse que não reagiu e tentou manter a tranquilidade porque teve medo de morrer. "Estava em um lugar deserto, sozinha. Como eu ia fazer? Só fiquei com medo dele fazer alguma coisa comigo. Pensei que, ele sempre com a mão pra trás, pensei que ele tinha uma arma ou uma faca, sei lá", disse.
A vítima registrou um boletim de ocorrência contra o homem na Polícia Civil e passou por exames no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória. A cozinheira disse que decidiu denunciar o caso porque pensou na filha e nas sobrinhas, porque tem medo de acontecer o mesmo com elas. "Espero que a justiça seja feita para ele não continuar fazendo isso com outra pessoa", declarou.
Depois de tudo que passou, a mulher disse que está com medo porque o homem a deixou em casa depois do crime e sabe onde ela mora. "Não quero ficar aqui mais. Tenho medo. Essa noite até sonhei. Fico vendo a imagem dele toda hora", desabafou.
Por meio de nota, a 99 lamentou o ocorrido com a passageira e disse que, assim que a denúncia foi recebida, o motorista foi banido da plataforma. "Uma equipe foi mobilizada e está em contato com a passageira para oferecer todo o suporte e acolhimento. A empresa está à disposição para colaborar com as investigações das autoridades", informou a empresa. A 99 disse ainda que tem uma "política de tolerância zero a qualquer forma de assédio e violência sexual".
"A empresa dedica seus esforços na prevenção, proteção e atendimento humanizado para todos os usuários, principalmente para mulheres. Entre as medidas estão inteligências artificiais que identificam potenciais riscos e adicionam camadas de segurança, monitoramento de corrida em tempo real, compartilhamento de rota com contatos de confiança, gravação de áudio, câmeras de segurança, botão de emergência para ligar direto para a polícia e uma Central de Segurança 24 horas para oferecer suporte em caso de necessidade", disse a nota.
De acordo com a Polícia Civil, o caso será investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) Serra e, "até o momento, para que a apuração seja preservada, nenhuma outra informação será repassada". O nome do homem não foi divulgado.
(Com informações do g1 ES)
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