A Polícia Civil prendeu em flagrante uma mulher de 47 anos suspeita de integrar uma organização criminosa especializada em roubar dinheiro de contas bancárias com o uso de documento falso. A mulher foi detida na última quarta-feira (19), dentro de uma agência bancária localizada no bairro Gurigica, em Vitória, no momento em que realizava três transferências bancárias, em um total de R$ 270 mil.
A mulher pretendia roubar o dinheiro da conta bancária de uma idosa de 73 anos, residente em Porto Alegre, o Rio Grande do Sul. Na conta havia cerca de R$ 1 milhão. Segundo a polícia, a intenção da suspeita era fazer diversos saques até conseguir roubar todo o dinheiro.
De acordo com o titular da Delegacia Especializada em Defraudações e Falsificações (Defa), delegado Douglas Vieira, a polícia conseguiu interromper uma sequência de golpes que seriam dados no Espírito Santo, envolvendo vítimas de outros Estados. A polícia chegou até a mulher depois de receber um telefonema da agência bancária.
"A agência desconfiou da transação, uma vez que a conta originária é do Rio Grande do Sul. De imediato nos deslocamos até o local, abordamos a vítima ainda na boca do caixa e solicitamos que nos apresentasse o documento de identidade. Verificamos indícios de que o documento era falsificado e ao ser questionada ela revelou seu verdadeiro nome e disse que veio de Goiás para aplicar esse tipo de golpe na Grande Vitória. Ela alega que foi contratada por uma pessoa que ela não conhece e ela receberia 15% em cima de cada transação realizada. A ideia era ficar dois ou três dias aqui e aplicar outros golpes", contou o delegado.
De acordo com a polícia, a organização criminosa da qual a mulher faz parte, tem integrantes em vários estados do Brasil. Para conseguir as informações bancárias, uma pessoa se passa por funcionário do banco e liga para a vítima geralmente uma pessoa idosa alegando problemas na conta. Por telefone, eles convencem a vítima a fornecer informações pessoais e bancárias. De posse das informações necessárias, o grupo falsifica a identidade da vítima e solicita a segunda via do cartão bancário para ser entregue em outro endereço.
Com os documentos em mãos, uma pessoa é contratada para ceder a fotografia que será colocada na identidade. Essa pessoa, então, vai à boca do caixa e realiza três ou quatro transferências para outras contas bancárias. Segundo o delegado Douglas Vieira, a escolha das vítimas é feita de forma aleatória e antes de efetivar o roubo, o grupo verifica o extrato da conta bancária. Se a conta tiver uma grande quantia em dinheiro, vira o alvo dos criminosos. Já se a conta não tiver uma quantia atrativa de dinheiro, pode ser usada como a conta que vai receber, temporariamente, parte da quantia roubada de outra pessoa.
"Eles analisam a conta da vítima. No caso em questão, perceberam que havia uma grande quantia em dinheiro. A vítima que não tem dinheiro, eles utilizam essas contas para transferir o dinheiro e, lá na outra ponta, já tem outra pessoa da quadrilha para sacar o dinheiro. Por isso, a gente pede que a pessoa que receber telefonema pedindo dados pessoais, que desconfiar e mesmo que ela não seja vítima de um golpe imediatamente, que ela registre na polícia. E hoje pode fazer on-line, de casa", explicou o titular da Defa.
Com a mulher, a polícia encontrou o extrato da conta bancária da vítima, e uma agenda com informações bancárias de outras pessoas. A polícia suspeita que mulher presa tinha pelo menos outras três vítimas como alvo, antes de deixar o Espírito Santo. As investigações estão em andamento e a polícia ainda procura outro integrante do grupo, que acompanhava a mulher em Vitória.
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