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Mulher é presa suspeita de mandar matar mãe e irmão em Jerônimo Monteiro

Mulher é presa suspeita de mandar matar mãe e irmão em Jerônimo Monteiro

Segundo delegado, um dos três suspeitos de executarem mãe e filho disse que corpos foram queimados. Além deles e da filha e irmã das vítimas, apontado como intermediário também foi preso

Publicado em 21 de julho de 2022 às 17:44- Atualizado há 2 anos

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Mulher é presa suspeita de mandar matar mãe e irmão em Jerônimo Monteiro
Casa onde vítimas moravam na zona rural de Jerônimo Monteiro. (Divulgação | PCES)

Polícia Civil divulgou, na tarde desta quinta-feira (21), informações sobre as investigações do desaparecimento – desde o dia 31 de março deste ano – de Maria José de Paula, de 80 anos, e do filho dela, Euzenir Ramos de Paula, de 58 anos, em Jerônimo Monteiro, no Sul do Espírito Santo. A corporação informou que uma mulher de 56 anos – filha e irmã das vítimas – foi presa suspeita de mandar matar a mãe e o irmão. Além dela, outros quatro envolvidos no crime foram presos. Os nomes deles não foram divulgados.

Titular da Delegacia de Alegre, que responde por Jerônimo Monteiro, Fábio Teixeira Machado afirmou para a reportagem de A Gazeta que uma das pessoas presas, um homem de 42 anos, confessou ser um dos autores da morte de mãe e filho e disse à polícia que os corpos foram queimados na zona rural de Jerônimo Monteiro. "No local indicado havia resquícios de fogo, mas os corpos não foram encontrados, teriam sido destruídos. Foi colhido material para ver se há possíveis resquícios de ossos”, disse o delegado.

Mulher é presa suspeita de mandar matar mãe e irmão em Jerônimo Monteiro
Local onde vítimas teriam sido queimadas foi encontrado pela polícia com resquícios de fogo fica na zona rural de Jerônimo Monteiro. (PCES)

Segundo ele, inicialmente, havia mandados de prisão para três pessoas, mas, ao todo, cinco foram presas pelo crime. Dois homens, de 21 anos e 23 anos, apontados como executores do crime foram presos, conforme divulgou a PC, no dia 2 de maio em Jerônimo Monteiro. O terceiro executor foi preso nesta quarta-feira (20), em Divino de São Lourenço, data em que também foram presos a suspeita de ser mandante dos assassinatos e o que seria o intermediário, um homem de 55 anos. Os nomes dos presos não foram divulgados pela polícia.

SUSPEITA DE CORPOS QUEIMADOS

Para à polícia, o terceiro suspeito preso apontou, em depoimento, que a mulher – que é filha e irmã das vítimas – seria a mandante do crime. “Eles estão mortos, nós trabalhamos com essa hipótese. Esse homem que foi preso ontem (20) confirma que eles foram queimados”, disse o delegado.

O delegado disse que suspeito relatou à polícia que as vítimas e um cachorro da família foram mortos a pauladas, e depois tiveram os corpos queimados com lenha e combustível, durante quatro horas, na casa em que viviam.

As investigações apontam, segundo a Polícia Civil, que a mandante teria prometido como forma de pagamento o carro Fiat Strada no valor de R$ 45 mil, que era da vítima, e mais R$ 20 mil em espécie, que seriam obtidos com a venda de dez cabeças de gado das vítimas. 

De acordo com Fábio Teixeira Machado, a mulher apontada como mandante dos assassinatos da mãe e do irmão não confessou o crime e negou tudo o que foi questionado na delegacia. O intermediário também negou os fatos em depoimento. Contudo, o delegado afirma que a motivação seria questão de herança patrimonial. 

Aspas de citação

Ela teria feito isso com a intenção de ficar com todo o patrimônio da família e usaria, inclusive, parte do patrimônio para pagar pela execução da mãe e irmão

Fábio Teixeira Machado
Delegado
Aspas de citação
O local encontrado pela polícia com resquícios de fogo fica na zona rural, em Jerônimo Monteiro(PCES)

PRISÃO PREVENTIVA

De acordo com o delegado, foram cumpridos mandados de prisão preventiva para todos os cinco envolvidos no crime. “A primeira parte do inquérito foi concluída com a prisão do terceiro executor, agora vai ser encaminhado um aditamento do relatório para a Justiça”, explicou.

Os quatro homens presos, segundo o responsável pelas investigações, foram levados ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Cachoeiro de Itapemirim. Já a mulher foi encaminhada ao Presídio Feminino de Cachoeiro de Itapemirim. Os suspeitos vão responder por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

EXECUTOR CONFESSOU OUTRO HOMICÍDIO

O delegado Fábio Teixeira Machado disse que o terceiro executor preso pela morte de mãe e filho em Jerônimo Monteiro confessou, em depoimento, outro homicídio na cidade de Caiana, em Minas Gerais. Dias após o crime em Jerônimo Monteiro, ele teria fugido para o Patrimônio da Penha, Região do Caparaó. Segundo o delegado, nesse local, o executor disse que teve uma discussão com um parente por ciúmes de uma mulher e eles se agrediram. Depois, foi para o município mineiro com uma espingarda calibre 12, onde teria assassinado o homem e ateado fogo na casa dele, após a vítima ter sido socorrida, a fim se vingar. 

Diante disso, o delegado disse que a Polícia Civil de Minas Gerais realizou um interrogatório e também deve pedir a prisão dele. Ele já responde por roubo nesse Estado e agora vai responder por homicídio.

RELEMBRE O CASO DO DESAPARECIMENTO DE MÃE E FILHO

As investigações começaram no dia 31 de março, na Comunidade de Lajinha. Uma filha da mulher de 80 anos desaparecida contou para a polícia que desde às 11h do dia 30 de março não conseguia entrar em contato com a mãe e o irmão.

Na época, ela ainda relatou que o veículo que pertence ao irmão havia sido encontrado na Rua Idele Dan, também em Jerônimo Monteiro, abandonado e com a chave na ignição. Ela temia que os familiares pudessem estar amarrados dentro da casa deles ou terem sido sequestrados.

A Polícia Civil fez buscas na propriedade da família, mas a mãe e o irmão da denunciante não foram localizados, nem mesmo o cachorro deles. O interior da residência estava revirado, e todas as roupas, além de outros pertences e documentos foram levados.

Durante as buscas, militares receberam a informação de que as vítimas estariam mortas e os corpos deixados em uma pedreira, mas nada foi confirmado. Os nomes dos desaparecidos não foram divulgados.

Na época, à reportagem da TV Gazeta Sul, uma familiar, que preferiu não se identificar, disse que estavam angustiados pela espera por notícias. 

Errata Atualização
21 de julho de 2022 às 20:00

Após publicação desta matéria, a Polícia Civil divulgou mais detalhes sobre o caso, com os nomes das vítimas e as idades dos suspeitos do crime presos. O texto foi atualizado.

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