Aline Ribeiro da Rosa, de 35 anos, que foi morta a tiros na frente de uma mercearia em Aracruz, no Norte do Espírito Santo, ligou para a polícia, pelo 190, para relatar que estava sendo ameaçada pelo ex-marido minutos antes do crime, no domingo (21). As informações constam no Boletim de Ocorrência da Polícia Militar.
Logo após a ligação, os policiais foram até o local relatado pela vítima, que fica no Bairro de Fátima. Quando os PMs chegaram, Aline já tinha sido baleada e estava caída no chão.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e ela começou a ser socorrida, mas não resistiu e morreu. A perícia da Polícia Civil constatou que a vítima estava com 27 ferimentos causados por arma de fogo.
"Poucos minutos, foi muito rápido. Quando a viatura chegou já havia aquela aglomeração de pessoas e a vítima já estava no chão, ainda com vida. Foi providenciado o Samu, que rapidamente foi ao local, fez um trabalho intenso de preservar a vida dela, mas infelizmente ela acabou indo a óbito ali mesmo no local", relatou o chefe da divisão administrativa do batalhão da PM de Aracruz, Major Balan.
A PM conseguiu falar com o suspeito, por telefone, após o crime. Ele disse que matou Aline por "motivos passionais" e que se entregaria nesta terça-feira (23).
Na segunda-feira (22), um mandado de prisão temporária foi expedido contra Felipe Silva de Almeida, de 28 anos, pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil, com recurso que impossibilita a defesa da vítima e por razões da condição de sexo feminino (feminicídio). O suspeito se entregou à polícia na noite desta terça (23), em Linhares, acompanhado de duas advogadas.
Segundo a advogada Priscila Benichio, uma das responsáveis pela defesa de Almeida, ele se entregou por volta das 19h20.
“Não conversamos ainda sobre as circunstâncias. Não tivemos nem tempo hábil para isso. Na primeira oportunidade, vocês vão conversar com ele para entender o inquérito. Em primeiro momento, ele só confessa que foi e disse estar arrependido”.
Segundo a família, Aline conhecia o suspeito há cinco anos e o relacionamento do casal era conturbado. Felipe é pai de dois dos três filhos da mulher, de 2 e 4 anos.
Os familiares disseram que o homem já a teria agredido em algumas ocasiões. Os dois estavam separados há cerca de três meses.
Uma amiga da vítima contou para a PM que o celular de Aline tinha várias mensagens ameaçadoras e diversas ligações de Felipe. Uma cunhada de Aline, Simone Cristina, também confirmou as ameaças que ela sofreu minutos antes do crime.
"Nós avisamos ela, a gente só faltava ajoelhar para ela largar ele. Mas toda vez que ele aprontava, ele pedia desculpa e voltava. Pediu ela pra retirar queixa, ela foi lá retirar a queixa. A gente também falou com ele, para ele olhar pelo lado dos filhos, mas ele era louco, doente, e ele cumpriu o que ele falou".
Ligou pra polícia minutos antes de tudo acontecer. É falta de justiça. Parece que o nosso Brasil não tem uma defesa pra mulheres. Não tem. As mulheres estão morrendo. Essa justiça chegou tarde", comentou a cunhada.
Os irmãos da vítima também disseram que o suspeito já teria atirado contra a casa da mãe da ex-companheira, em outra ocasião, quando ele esteve no local procurando pela vítima e não a encontrou.
"Tirou a vida de uma menina, jovem, mãe de três filhos, que tinha toda a saúde pela frente. Nós só queremos justiça. Aline era uma menina meiga, amiga muito alegre com a família, com todos, e vai deixar muita saudade", desabafou a cunhada de Aline.
*Com informações do g1ES
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