Uma dona de casa de 33 anos passou cinco dias internada após ser agredida a pauladas e com golpes de foice pelo companheiro no interior de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. A violência deixou marcas no corpo e no rosto da dona de casa, que teve o braço quebrado, lesões nos olhos e na cabeça, entre outras escoriações. O filho do casal, de 1 ano e 3 meses, também foi agredido. O suspeito da agressão tem 27 anos e está solto.
Em entrevista à repórter Gabriela Fardin, da TV Gazeta Noroeste, a dona de casa contou que, na noite das agressões, seu companheiro chegou em casa bêbado e, sem nenhum motivo, começou a agredir ela e o filho com pauladas na cabeça e no rosto.
A mulher relatou que, depois das agressões, ela e o filho foram obrigados a sair de moto com o agressor, que alegou querer comprar drogas. A dona de casa contou que ficou com medo de morrer caso não concordasse em ir com ele. “Eu fui porque achei que ia morrer. Quem apanha, sabe. Toda mulher que já passou por isso sabe o que é ver a morte de perto”, desabafou.
À reportagem, a mulher relatou que ela e a criança foram deixados pelo homem no meio do caminho e ficaram à beira da estrada durante toda a madrugada até serem ajudados por moradores. Após ser amparada, a dona de casa chamou a polícia e as vítimas foram levadas para o Hospital Estadual Silvio Avidos, no mesmo município.
A dona de casa afirmou à reportagem que ficou internada no hospital por cinco dias e precisou passar por uma cirurgia no braço. Segundo a mulher, durante esse período de internação, o agressor tentou ir vê-la se passando por um primo dela.
A vítima explicou que essa não foi a primeira agressão que sofreu do homem de 27 anos. A dona de casa contou que vinha sofrendo agressões do companheiro há quase um ano e meio e, em uma das ocasiões, ele teria quebrado os dentes dela. A mulher disse que sempre o perdoava pelas agressões e inventava desculpas para a família sobre os machucados, mas se arrepende.
A Polícia Civil informou, em nota, que o caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Colatina. "Até o momento, o suspeito não foi preso e não há mandado de prisão. Outras informações não foram repassadas pela polícia para que a apuração dos fatos seja preservada", disse a corporação.
Contra o homem, há uma medida protetiva de urgência deferida pela Justiça que o impede de se aproximar da vítima. A dona de casa afirmou que não se sente segura e espera que o agressor seja preso. “Estou presa na minha própria casa. Quando dá 18h, já eu começo a trancar tudo porque sei da capacidade dele. Ele tem que pagar pelo que fez. Eu não merecia isso”, finalizou.
Este não foi o único caso de violência contra a mulher em Colatina. De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), de janeiro a agosto deste ano foram registrados 578 casos de agressões desse tipo.
No dia primeiro de agosto, uma mulher foi agredida pelo marido no carro do casal. Ela pediu socorro e um motociclista avisou a Polícia Militar. Quando o veículo foi abordado, os policiais viram que a mulher estava muito machucada, com ferimentos no rosto e pescoço.
Na ocasião, a vítima contou que o marido tinha armas de fogo em casa e pretendia matá-la. Os policiais encontraram a arma com várias munições e o agressor foi preso por tentativa de homicídio contra a mulher. Mas, no dia seguinte, após passar por uma audiência de custódia, o homem pagou a fiança de R$ 1 mil e foi solto.
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